Os chefes de seis agências da ONU pediram nesta segunda-feira (7) uma renovação urgente do cessar-fogo em Gaza, alertando para a fome e escassez de ajuda desde que Israel retomou a ofensiva no território.
Nenhum novo suprimento humanitário entrou no enclave palestino desde que Israel bloqueou a entrada de caminhões de ajuda no dia 2 de março, quando as negociações sobre o próximo estágio de uma trégua foram paralisadas. Israel retomou o ataque em 18 de março.
“Mais de 2,1 milhões de pessoas foram presas, bombardeadas e famintas novamente, enquanto, nos pontos de passagem, os suprimentos de alimentos, remédios, combustível e abrigos estão se acumulando”, disse uma declaração assinada em conjunto pelos chefes de seis agências da ONU, incluindo a agência de coordenação de ajuda da ONU (OCHA) e o Programa Mundial de Alimentos.
Pelo menos 1.000 crianças foram mortas ou feridas durante a primeira semana após a retomada dos combates, acrescentou a declaração, descrevendo o número de mortes daquela semana como o mais alto para crianças em um ano.
“Estamos testemunhando atos de guerra em Gaza que demonstram um total desrespeito pela vida humana… Apelamos aos líderes mundiais para que ajam — de forma firme, urgente e decisiva — para garantir que os princípios básicos da lei humanitária internacional sejam respeitados”, diz a declaração.
Israel nega ter violado a lei humanitária em Gaza e culpa os combatentes do Hamas pelos danos causados aos civis por operarem entre eles, o que os combatentes negam.
As agências também alertaram para a escassez crítica de alimentos e medicamentos no enclave. Vinte e cinco padarias apoiadas pelo Programa Mundial de Alimentos durante o cessar-fogo tiveram que fechar devido à escassez de farinha e gás de cozinha, segundo a agência.
Mais de 50.000 palestinos foram mortos pela campanha israelense em Gaza, segundo autoridades palestinas. A campanha foi lançada após milhares de homens armados liderados pelo Hamas atacarem comunidades no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando 1.200 pessoas e sequestrando 251 como reféns, de acordo com os registros israelenses.
Fonte: CNN Brasil