Guru da extrema direita e ex-estrategista de Donald Trump, Steve Bannon fez uma saudação nazista durante seu discurso nesta quinta-feira (20) na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), que está sendo realizada nos Estados Unidos.
Não foi a mesma saudação desafiadora e direta que o bilionário da tecnologia Elon Musk fez em um discurso em homenagem a Trump no dia da posse do presidente. O gesto de Bannon foi o rápido movimento de um braço rígido para o lado.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) estava no mesmo evento, onde fez discurso atacando Alexandre de Moraes, admitindo que seu pai pode ser preso e pedindo orações.
Bannon sacou a saudação depois de enfaticamente instar o público que acompanhava a CPAC no National Harber, em Maryland, a “lutar, lutar, lutar”. Quando recebeu aplausos, Bannon fez um rápido aceno e respondeu: “Amém”.
Ele pediu um terceiro mandato para Trump e disse que líderes como ele não aparecem duas vezes na história.
Joshua Reed Eakle, presidente da organização Project Liberal, declarou em resposta a um clipe no X: “O nazismo oficialmente tomou conta do Partido Republicano”.
“ Esta é a América de Trump”, observou uma publicação no X do grupo político de base Really American.
O nacionalista branco Nick Fuentes caracterizou os gestos de Musk e Bannon como uma “saudação romana”. No entanto, ele chamou isso de “doentio” em seu podcast na quinta-feira, acrescentando: “Está ficando um pouco desconfortável até para um cara como eu!”
No discurso, Bannon criticou o que chama de “perseguição global” a líderes de direita e denunciou uma estratégia coordenada para prender e destruir figuras como Jair Bolsonaro.
“As acusações de Jack Smith somavam 300 anos de prisão, e eles queriam que Donald Trump morresse na prisão, assim como querem que Bolsonaro morra na prisão”, disse, em referência ao promotor norte-americano que denunciou Trump em 2023.
Eduardo Bolsonaro discursou no mesmo evento de Bannon
Eduardo Bolsonaro usou o mesmo mote em sua participação.
Eduardo chamou de infundada a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Bolsonaro, acusado de ter tramado um golpe de Estado, e não descartou a prisão do ex-presidente.
A atuação no exterior, sobretudo nos Estados Unidos, faz parte da estratégia de Eduardo e de outros aliados de Bolsonaro para tentar livrar o ex-presidente da cadeia e pavimentar o caminho para a disputa em 2026 —algo que enfrenta muitos obstáculos.
“O ex-presidente Jair Bolsonaro está em risco de ser preso com as mesmas acusações falsas usadas contra líderes de oposição na Venezuela, Cuba e Nicarágua”, disse o deputado, tentando equiparar a situação do pai à de pessoas perseguidas por nações ditatoriais, diferentes da realidade democrática brasileira.
“Mas não para por aí. O sistema judicial se tornou um instrumento de perseguição em todos os níveis”, continuou o parlamentar.
As afirmações foram feitas durante a Cpac (Conferência de Ação Política Conservadora), um dos principais eventos de direita, a uma plateia estrangeira. O vice-presidente JD Vance também discursou nesta quinta no encontro, realizado nas proximidades de Washington.
“Rezem pelo meu pai. Rezem pelos brasileiros que estão presos agora pelo 8 de janeiro. Estamos pedindo anistia no Congresso e esperamos receber muito apoio de vocês fora do Brasil, porque vocês sabem o que isso significa”, afirmou Eduardo.