Operação de busca e apreensão também foi autorizada para a residência e gabinete de Carlos Bolsonaro nesta segunda-feira. Ninguém foi alvo de mandados de prisão.
A Polícia Federal realizou nesta segunda-feira (29) uma operação de busca e apreensão em uma casa em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, onde Jair Bolsonaro realizou uma live nas redes sociais no domingo (28). O ex-presidente e os filhos estavam no local durante esta manhã e deixaram a casa de barco. Ninguém foi alvo de mandado de prisão.
Também foram alvos da operação possíveis destinatários de informações coletadas ilegalmente pela Abin, entre eles o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). A busca foi autorizada para sua residência e gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
De acordo com uma fonte da PF, serão recolhidos celulares e aparelhos eletrônicos de todos que estão na casa, não apenas de Carlos. Ele e o ex-presidente voltaram ao local no final da manhã.
A casa de veraneio da família Bolsonaro virou notícia em outras ocasiões, já que ela fica na mesma rua da ex-assessora parlamentar Walderice Santos da Conceição, conhecida como Wal do Açaí, suspeita de ter sido funcionária fantasma do gabinete do ex-presidente quando ele era deputado federal.
Em novembro do ano passado, o Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) rejeitou um recurso e decidiu manter uma ação de improbidade administrativa contra o ex-presidente. A investigação teve início em 2018.
A Polícia Federal teria apreendido um computador da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com Carlos Bolsonaro . O blog apurou a informação com uma fonte ligada à operação, mas a PF nega oficialmente.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, é quem assina a autorização para os mandados.
A Polícia Federal suspeita que, sob o mandato de Jair Bolsonaro, a Abin atuou como um braço de coleta de informações ilegais, sem autorização judicial, e também como fonte de informações falsas, depois disseminadas por perfis de extrema direita para difamar instituições e autoridades.
Em outra frente, a Abin também teria sido acionada para blindar filhos do ex-presidente Bolsonaro de investigações da própria Polícia Federal.
Carlos Bolsonaro é vereador desde 2001 e está em seu sexto mandato consecutivo na Câmara Municipal do Rio. Ele foi apontado pelo ex-braço-direito de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, como chefe do chamado gabinete do ódio, uma estrutura paralela montada no Palácio do Planalto para atacar adversários e instituições – como o sistema eleitoral brasileiro.
O filho de Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre a operação até a última atualização desta reportagem.