A Agência Internacional de Energia estima que, nos próximos dois anos, os data centers deverão consumir entre 620 e 1.050 terawatts-hora (TWh) de energia globalmente. Esse número é consequência do aumento expressivo do uso da inteligência artificial. Como forma de atrair investimentos e financiar a transição energética, o governo discute o marco legal dos data centers no Brasil. Mas o país está preparado para uma demanda cada vez maior por energia “verde” nesse setor?
O Olhar Digital conversou com Fernanda Spinardi, líder de gerenciamento de soluções para clientes da AWS no Brasil. A especialista comentou sobre os investimentos da Amazon em data centers “verdes” e como a empresa entende a nova política do setor.
Quase 45% de toda a matriz energética brasileira vem de fontes renováveis, se levarmos em conta apenas energia elétrica, isso chega a cerca de 84%, segundo dados da ANEEL. Nesse sentido, Fernanda considera que o Brasil pode se tornar referência no setor de data centers “verdes”. “Temos um potencial enorme de se tornar esse polo de processamento”, disse na entrevista.
A IDC estima que o consumo global de eletricidade de data center vai mais que dobrar entre 2023 e 2028. Segundo a especialista, isso gera oportunidades. “Países como o Brasil, onde a gente tem essa matriz enérgica, passam a ser um ponto focal importante”, destacou.
Como a Amazon trabalha para ter data centers sustentáveis?
Um dos pontos esperados para o novo marco dos data centers, é a exigência de que eles sejam “verdes”, ou seja, que tenham um impacto ambiental reduzido. Segundo Fernanda, a Amazon já atingiu esse objetivo em julho de 2024, quando conseguiu equiparar 100% da utilização de energia com contratos de geração de energia renovável.
Para isso a empresa conta com iniciativas no Brasil, como um parque solar de 122MW, com investimento de R$ 2 milhões em programas de proteção ambiental durante as fases de construção. Além de um parque eólico de 49,5MW, localizado dentro do Complexo Eólico Seridó, no interior do Rio Grande do Norte.
A líder de gerenciamento mencionou ainda como a Amazon usa IA para otimizar esses projetos. “A gente usa aqui no Brasil uma IA em parceria com uma climate tech para calcular o consumo de água nas comunidades do entorno do rio Tietê e dessa forma a gente ajuda os produtores agrícolas a economizarem o uso de água. Com esse projeto a gente tem a expectativa de devolver 200 milhões de litros de água”.
O marco dos data centers pode mudar o jogo da IA no Brasil?
Como mencionamos, a IA é a principal demanda para o aumento do uso dos data centers atualmente. O Gartner prevê que 40% dos data centers de IA existentes serão operacionalmente limitados pela disponibilidade de energia até 2027. O que limitará o crescimento de novos data centers para GenAI e outros usos a partir de 2026.
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A própria Amazon cita clientes que usam data centers com IA no Brasil, como o C6 Bank, que usa a tecnologia da AWS para atender o cliente final, o Pagbank, que trabalha com IA para os donos das maquininhas e até a Natura, que usa a tecnologia para melhorar a busca no e-commerce.
De acordo com a especialista, as iniciativas do governo, se concretizadas, podem ser importantes. “A gente apoia essas discussões de regulamentação e uso responsável de IA e tudo mais. É necessário regular e é necessário que essa regulação seja responsável”, finaliza.
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Fonte: Olhar Digital