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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Caso Marielle: delegado Rivaldo Barbosa depõe hoje à Polícia Federal na prisão

Ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, preso como mentor intelectual do assassinato da vereadora Marielle Franco, presta depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (3).

O depoimento, que será tomado na Penitenciária Federal de Brasília, foi marcado após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O delegado escreveu um bilhete pedindo para ser ouvido pela PF, informa a jornalista Andreia Sadi, do G1.

Marcelo Ferreira, advogado de defesa de Rivaldo, diz que “são informações que ele foi lembrando desde 2018, quando ele assumiu a chefia, o que teve repercussão. Ele vai falar muito no depoimento dele sobre o que aconteceu nos bastidores em relação à nomeação dele para chefe de polícia”.

Rivaldo foi preso em 24 de março, no Rio de Janeiro, junto com os outros dois mandantes do assassinato da ex-vereadora: o deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão.

Os três foram enviados, no mesmo dia da prisão, para a Penitenciária Federal de Brasília. Mas no dia 27, Chiquinho foi transferido para o presídio federal de Campo Grande e o irmão dele, Domingos Brazão, para Porto Velho.

Uso da polícia por Rivaldo e ex-capitão do Bope

Além do envolvimento na morte de Marielle, Barbosa é investigado por outros crimes.

Segundo informou a coluna de Juliana Dal Piva, a PF solicitou ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, que um conjunto de documentos apreendidos durante as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco seja enviado ao MP-RJ (Ministério Público do Rio) para apurar o uso ilegal de dados dos sistemas da Polícia Civil do RJ. Isso seria para a produção de informações para as empresas de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da corporação, e também para o ex-capitão do Bope Rodrigo Pimentel.

Em um relatório no início de maio, a PF informou ao STF ter encontrado um HD no escritório de Érika Andrade, mulher de Rivaldo Barbosa, no qual estavam documentos da empresa de Rodrigo Pimentel.

A análise feita pela PF em e-mails e metadados dos documentos demonstrou que uma consultoria prestada por ele para um empreendimento chamado “Porto Atlântico” teve documentos produzidos por policiais que atuaram na equipe de Rivaldo na polícia.

Além disso, esses relatórios foram enviados pelos agentes para um e-mail da empresa de Rivaldo e, posteriormente, foram utilizados por Pimentel no trabalho.

A PF ressalta que um dos policiais que fez um relatório, utilizado por Pimentel, também tinha sido mencionado anteriormente em outra investigação que “dá conta de que ele e outros servidores da PCERJ estão supostamente envolvidos em esquema de utilização de sistemas exclusivos da polícia para qualificação e seleção de colaboradores que ingressariam nas empresas que contratavam serviços de consultoria das empresas do casal Rivaldo/Érika”.

Para que o MP-RJ tenha acesso ao material, o ministro Alexandre de Moraes precisa autorizar o compartilhamento das provas. Essa investigação possui atribuição estadual, sem crimes federais.

Por isso, o envio é necessário. Pimentel ficou conhecido devido ao livro e filme “Tropa de Elite”. Ele inspirou o personagem “capitão Nascimento”.

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Amazonas Repórter

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