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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Cidarta Gautama dá dicas para criação de designs integrados à diversidade cultural e ambiental da Amazônia

A Amazônia é um tesouro de recursos naturais, por isso, a moda sustentável se apresenta como um campo promissor para novos empreendedores. A avaliação é do coordenador do curso de Design de Moda da Faculdade Santa Teresa, Cidarta Gautama. Ele diz que a rica biodiversidade, os recursos naturais e culturais da região, podem ser aproveitados pelos criadores, no desenvolvimento de itens originais e alinhados com a preservação.

Segundo Gautama, embora sejam inúmeras as oportunidades, é indispensável o uso de meios e técnicas que primem pelo uso sustentável dos recursos. Ele ressalta que o mercado de moda tem passado por um momento de grandes mudanças, impulsionado, principalmente, pela mudança de mentalidade do consumidor, que anseia por produtos mais sustentáveis.

O mercado de luxo, que se caracteriza pelo desejo de consumidores por grandes marcas, tem notado um certo redirecionamento para o desenvolvimento de produtos que atendam aos anseios de novos clientes mais conscientes. Embora ainda parte de uma sociedade demandante de altíssimo consumo, são clientes que possuem alta capacidade crítica e um direcionamento ético e moral, em relação às questões de responsabilidade social e ambiental das marcas que produzem moda”, destaca.

De acordo com Cidarta Gautama, criar um design inovador que integre a rica diversidade cultural e ambiental da Amazônia, em produtos de moda, requer uma abordagem sensível, criativa e colaborativa. Ele explica que, como em todo processo metodológico de criação em design, o primeiro passo é a pesquisa, parte fundamental e norteadora para a criação. A dica dele é realizar uma pesquisa aprofundada sobre as culturas, tradições, artesanato, padrões, cores e elementos simbólicos das comunidades da Amazônia. “Visite as comunidades, converse com os moradores e mergulhe na atmosfera local para compreender a essência cultural”, frisa.

Outra recomendação é aperfeiçoar o olhar para a riqueza iconográfica e estética da biodiversidade da Amazônia, inspirando-se nas formas, cores e padrões únicos encontrados na flora e fauna local. “Esses elementos inspiracionais vão contribuir com a criação de estampas, texturas e formas distintas, por exemplo”, frisa.

Cidarta orienta o empreendedor a criar uma história significativa, certificando-se de abordar as influências culturais com respeito e sensibilidade. “Evite apropriação cultural e busque permissão ou colaboração com as comunidades, antes de incorporar os elementos nos produtos. Crie peças que contem histórias autênticas e significativas. Comunique aos consumidores a importância cultural, ambiental e social dos elementos incorporados nos produtos”, ressalta.

Outra dica é buscar parcerias com artistas, artesãos e designers locais que estejam conectados às tradições da região. Eles podem fornecer insights valiosos e contribuir com as habilidades para criar produtos autênticos. O professor também sugere explorar as técnicas de artesanato tradicionais, como bordados, tecelagem, tingimento natural, cestaria e outros métodos únicos utilizados pelas comunidades locais. “Adaptar essas técnicas em produtos contemporâneos pode gerar designs inovadores”, avalia.

Cidarta alerta que o empreendedor deve fugir do caricato. “O designer  pode e deve utilizar os elementos folclóricos da Amazônia, mas não se limitar a apenas isto. O ideal é buscar um equilíbrio entre elementos tradicionais e contemporâneos, para criar um ar de sofisticação e de bom gosto para os produtos. A inovação muitas vezes surge da combinação de elementos antigos com abordagens modernas de design”, recomenda.

O professor da FST acrescenta uma dica importante, que é alinhar o design inovador com práticas sustentáveis. “Neste sentido, é válido apostar em ressignificação de materiais e adoção de  processos de produção de baixo impacto ambiental”, observa.

Apresentar-se de forma criativa para o público também é essencial. A sugestão é procurar eventos e profissionais que estão despontando no setor de moda sustentável, para estabelecer parceria. “Se for apresentar seus produtos em mídias digitais, considere usar storytelling visual, como fotografias e vídeos, que destacam a inspiração da Amazônia, os processos de produção e as histórias por trás de cada peça, assim gera interesse não apenas para a marca, mas para a mensagem que deseja passar”, diz ele.

A última dica que ele dá é ficar atento ao feedback dos consumidores, colegas e especialistas.

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Amazonas Repórter

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