O ocaso de Jair Bolsonaro tem causado fissuras em diversos pilares do que se convencionou chamar de bolsonarismo. Com o ex-capitão no banco dos réus, são perceptíveis sinais de debandada em setores de sua base ideológica, como os militares e o agronegócio. Essas divisões parecem ser, contudo, particularmente profundas no segmento que, até pouco tempo, tinha a aparência de um monólito impenetrável: os evangélicos conservadores.
Divididas quanto à aproximação com o governo Lula, rachadas na eleição para a liderança da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) e com algumas de suas lideranças populares se engalfinhando publicamente sobre a anistia aos golpistas do 8 de Janeiro, as principais denominações do setor começam a realinhar suas tropas e discursos, cientes de que continuarão sendo um importante e disputado ativo político nas próximas eleições presidenciais. Segundo um levantamento da consultoria Mar Asset Management, com base em dados do IBGE e da Receita Federal, os evangélicos representarão 35,8% da população brasileira em 2026.
Por: Carta Capital