[ad_1]
Juan Urriola, após ser condenado, foi flagrado com 1,3 toneladas de maconha (Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)
05 de março de 2025
Jadson Lima – Da Cenarium
MANAUS (AM) – O colombiano Juan Carlos Urriola, acusado de tráfico internacional de drogas, possui um histórico contraditório de decisões judiciais. Ele foi preso com cerca de 1,3 tonelada de maconha do tipo skunk, nas proximidades do município de Santa Isabel do Rio Negro (AM), a 630 quilômetros de Manaus, e foi liberado no dia 28 de fevereiro, em audiência de custódia, conduzida pelo juiz Túlio de Oliveira, o quarto magistrado afastado do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) em menos de um mês.
Na audiência realizada no Fórum Henoch Reis, o magistrado negou converter o flagrante do colombiano em prisão preventiva, alegando que ele não tinha antecedentes criminais. Ocorre que a decisão da Justiça Federal, à qual a CENARIUM teve acesso, aponta que o homem já havia sido preso em flagrante em dezembro de 2015 com cerca de 749 quilos de maconha skunk, ou seja, há registro de antecedentes criminais.
Na época, o colombiano foi condenado a seis anos e três meses de prisão em regime fechado pela Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em decisão datada de 27 de outubro de 2020, por tráfico internacional de drogas.
Atualmente, o colombiano tem dois mandados de prisão em aberto, de acordo com apuração feita pela CENARIUM. Após a liberação na audiência de custódia, o suspeito, de 48 anos, está foragido. No último sábado, 1°, o juiz Luis Alberto Nascimento Albuquerque, da Central de Plantão Criminal do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), decretou a prisão preventiva de Juan Urriola “para assegurar a aplicação da lei penal”.
A decisão do magistrado do Amazonas ocorre após o juiz que conduziu a audiência de custódia ser afastado das funções, de acordo com a Corregedoria-Geral de Justiça do Amazonas. Túlio de Oliveira é o quarto magistrado afastado no Estado em menos de um mês.
Três dias após o primeiro mandado de prisão ser expedido contra o colombiano, o TRF1 decretou, nessa terça-feira, 4, a prisão de Juan Urriola por condenação transitada em julgado por tráfico internacional de drogas. O documento, assinado pelo juiz federal Thadeu José Piragibe Afonso, aponta que o homem deve cumprir a pena de seis anos em regime fechado, além de 770 dias-multa.
A reportagem enviou e-mail para o TRF1 pedindo esclarecimentos sobre a emissão do mandado de prisão por condenação transitada em julgado contra Juan Urriola, quatro anos após o investigado ser condenado junto com outro homem, identificado no processo como José Cláudio Monteiro Cruz. Até o momento, não houve retorno.
Entenda os flagrantes
Em 6 de dezembro de 2015, o colombiano Juan Urriola foi preso em flagrante por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes durante fiscalização em pequenas embarcações que navegavam na calha dos rios Negro e Solimões, no Amazonas. De acordo com o processo, os agentes da Polícia Federal (PF) visualizaram uma embarcação, do tipo lancha, que navegava com pouca iluminação e em alta velocidade.
Após a sinalização das autoridades para que o condutor da embarcação parasse, nas proximidades do Encontro das Águas, Juan Urriola e o outro homem tentaram fugir. “Os agentes policiais realizaram a perseguição da embarcação pelo leito do rio, verificando que os indivíduos se dirigiram à margem, local em que desceram e adentraram na vegetação“, diz trecho da decisão do TRF1.
O segundo suspeito, identificado como José Claudio, confessou que ele e o colombiano estavam se dirigindo a um local para buscar drogas e indicou onde o entorpecente estava armazenado. A polícia conseguiu localizar, inicialmente, 11 fardos de maconha escondidos entre a vegetação nas margens do Rio Solimões.
“Por meio da utilização de helicóptero da Polícia Militar, a equipe policial também logrou êxito em encontrar Juan Urriola. Na ocasião, ele indicou o local em que se encontravam outros 22 (vinte e dois) fardos da mesma substância, razão pela qual foram apreendidos, juntamente com um motor de embarcação, tipo “rabeta” que, de acordo com as declarações do denunciado, era utilizado o transporte de drogas“, diz outro trecho da decisão do tribunal que condenou a dupla.
O outro flagrante contra o colombiano foi realizado em 25 de fevereiro deste ano, por meio da Operação Protetor das Fronteiras e Fronteira Mais Segura, que atua no combate às ações criminosas nos rios do Estado e é coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
A apreensão de cerca de 1,3 tonelada de maconha do tipo skunk foi registrada em uma área de mata, utilizada como ponto de armazenamento, no município de Santa Isabel do Rio Negro (AM), de acordo com a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM). Juan Urriola, responsável pelo entorpecente, foi preso em flagrante e trazido para Manaus.
Leia mais: Quarto juiz é afastado das funções no AM em menos de um mês; entenda
Editado por Izaías Godinho
Revisado por Gustavo Gilona
[ad_2]
Fonte: Agência Cenarium