Nesta segunda-feira (20) é comemorado o Dia da Consciência Negra, data que busca gerar reflexão sobre o racismo estrutural na sociedade brasileira. Para contribuir com essas discussões, o Centro de Ensino Literatus realizou ações para discutir e sensibilizar jovens aprendizes a falarem sobre o mercado de trabalho.
Confecção de cartazes, palestras educativas, roda de conversa, e indicação dos filmes: A Outra História Americana e Estrelas Além do Tempo, foram algumas das atividades que a instituição promoveu entre os jovens.
Segundo a coordenadora do programa de aprendizagem do Literatus, Maralane de Paula Souza, a intenção é que os alunos, durante esse período de formação profissional, possam compreender a importância de construir um mercado inclusivo.
“Todas as pessoas são capazes de desempenhar as mesmas funções, independente da cor, gênero, orientação sexual, deficiência física, aparência física, tamanho corporal, religião ou nacionalidade”, destacou Maralane.
Para a aprendiz Ana Beatriz Leão, de 18 anos, as ações do Literatus realizadas na última sexta-feira (17) foram essenciais para refletir sobre como a pessoa se vê, a qual raça ela se identifica. “Muita gente tem dúvida sobre isso. Não sabem a diferença entre negro, pardo e preto”, comenta.
Já a aprendiz Camilly Melo, de 18 anos, acredita que falar sobre diversidade racial chama a atenção de quem não costuma discutir sobre o tema e entender a discriminação que muitas pessoas vivenciam no mercado de trabalho em virtude da sua cor de pele.
As ações do Dia da Consciência Negra já fazem parte do calendário da instituição. A presidente do Grupo Literatus, Elaine Saldanha, ressalta que, embora mais da metade da população brasileira seja formada por negros, a representatividade em cargos de decisão ainda é baixa.
“Além de abrir portas para que pessoas pretas tenham visibilidade no mercado e se tornem referência para as novas gerações, valorizar a diversidade é fundamental para que possamos construir um ambiente corporativo com visões, opiniões e realidades diferentes”, avalia Elaine Saldanha.
Para o jurista e ativista do movimento negro, Christian Rocha, que esteve palestrando para os jovens aprendizes do Literatus, o racismo estrutural é latente em todos os meios, e no mercado de trabalho não é diferente.
“É preciso que a sociedade e o poder público sejam provocados para combater o racismo”, apontou o ativista, que contribuiu para a criação do feriado da Consciência Negra em Manaus.
Ele exemplifica que foi por meio da provocação do movimento negro que as escolas passaram a cumprir a Lei 10.639/03, que trata sobre o ensino da história afro-brasileira para alunos do Fundamental e Médio.