O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, decretou nesta terça-feira (3) uma lei marcial restringindo direitos civis e substituindo a legislação padrão por leis militares. A medida, no entanto, gerou uma série de reações negativas e durou cerca de seis horas.
O presidente anunciou que iria revogar o decreto após os deputados fazerem uma votação de emergência para rejeitar a medida.
O decreto de uma lei marcial foi feito em um contexto de baixa aprovação do presidente Yoon Suk Yeol e de troca de farpas entre o governo e a Assembleia Nacional — que é controlada pela oposição. Além disso, a Coreia do Sul e a Coreia do Norte vivem uma escalada de tensões militares.
O anúncio da lei marcial pegou os sul-coreanos de surpresa e expôs a crise política do país, que vem se agravando nos últimos meses.
Ao anunciar a lei marcial, o presidente Yoon argumentou que queria “limpar” o país de aliados da Coreia do Norte e fez críticas à oposição. “Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas”, disse.
Veja a seguir um resumo do que aconteceu:
- Com a aplicação da lei, todas as atividades políticas, incluindo manifestações, foram proibidas.
- O acesso à Assembleia Nacional foi fechado, e forças especiais da polícia foram enviadas para conter manifestantes. A imprensa também passou a ser controlada pelo governo.
- A oposição acusou o presidente de estar usando o conflito com a Coreia do Norte para controlar a Assembleia Nacional. Atualmente, a grande maioria dos parlamentares se opõe ao governo de Yoon.
- Mesmo com a Assembleia fechada, os deputados conseguiram entrar no edifício e fizeram uma sessão de emergência na qual declararam a lei marcial inválida.
- A medida do presidente também causou reações negativas dentro do próprio governo.
- Milhares de sul-coreanos foram às ruas para uma manifestação contra a medida.
- Yoon anunciou que iria revogar a lei após a votação dos deputados.