Nos últimos dois anos, o telescópio espacial James Webb fez vários registros impressionantes da imensa galáxia. Ele vem sendo utilizado pelos cientistas para explorar a Aurora Cósmica, que seriam as primeiras galáxias que nasceram após o big bang. O estudo dessas galáxias é importante, já que fornecem informações sobre como as formas como o gás, as estrelas e os buracos negros mudavam quando o Universo tinha acabado de se formar.
Desta vez, o telescópio fez um registro realmente impressionante: o de uma galáxia de super distante, observada apenas 290 milhões de anos após o big bang. O acontecimento foi em outubro de 2023 e janeiro deste ano, quando uma equipe internacional de astrônomos usou o Webb para observar algumas galáxias. Stefano Carniani, da Scuola Normale Superiore, e Kevin Hainline, da Universidade do Arizona, contaram mais detalhes da descoberta.
“Os instrumentos do Webb foram projetados para encontrar e compreender as primeiras galáxias, e no primeiro ano de observações como parte da [missão] JWST Advanced Deep Extragalactic Survey (JADES), encontramos muitas centenas de candidatas a galáxias dos primeiros 650 milhões de anos após o Big Bang No início de 2023, descobrimos uma galáxia em nossos dados que tinha fortes evidências de estar acima de um desvio para o vermelho de 14 [muito distante]”.
Novas imagens de galáxias espirais do James Webb
Os cientistas contam também que a descoberta é surpreendente, principalmente pelo tamanho da galáxia. “Em janeiro de 2024, o NIRSpec observou esta galáxia, JADES-GS-z14-0, durante quase dez horas, e quando o espectro foi processado pela primeira vez, haviam evidências de que a galáxia estava de fato com um desvio para o vermelho de 14,32, quebrando o recorde anterior do registro de galáxia distante. (…) a esta distância, sabemos que esta galáxia deve ser muito luminosa”.
“A partir das imagens, a fonte tem mais de 1.600 anos-luz de diâmetro, provando que a luz que vemos vem principalmente de estrelas jovens e não de emissões perto de um buraco negro supermassivo em crescimento. Esta quantidade de luz estelar implica que a galáxia tem várias centenas de milhões de vezes a massa do Sol. Isto levanta a questão: como pode a natureza tornar tão brilhante e enorme uma galáxia em menos de 300 milhões de anos?”. A galáxia ainda está sendo estudada mas, para os cientistas, uma coisa é fato: ela é diferente de todos os modelos teóricos e simulações de computador sobre o que existe no universo primitivo.