Em protesto, indígena ergue Constituição para lutar por direitos (Fábio Nascimento/MNI)
29 de abril de 2025
Ana Pastana – Da Cenarium
MANAUS (AM) – No mês em que se celebra o Dia dos Povos Indígenas no Brasil, a Faculdade La Salle, em Manaus (AM), promove uma roda de conversa, nessa quarta-feira, 30, com o tema “A urgência do reconhecimento e respeito aos povos originários“, com a presença de profissionais especialistas no assunto, dentre eles a primeira advogada indígena do povo Kanamari, Inory Kanamari.
Com o objetivo de levar conhecimentos sobre os povos originários para dentro do mundo acadêmico, a conversa também conta com a participação da psicóloga Giselle Melo, especialista em terapia cognitivo-comportamental focada nas vulnerabilidades e nas questões de saúde mental dos povos originários.
Também integra o debate a mestre em direito, Karla Maia, autora da obra “Políticas Públicas de Preservação do Patrimônio Cultura e da Memória Social: Perspectivas e Desafios para os Povos Indígenas do Vale do Javari”, professora universitária e advogada com atuação na área de Direitos Culturais e dos Povos Originários.
O mestre em Direito Constitucional Aldryn Amaral, professor e advogado atuante em Direito Público e Direito Ambiental, irá contribuir com a roda de conversa, que terá mediação da diretora-geral da CENARIUM, jornalista Paula Litaiff.
Reconhecimento
À reportagem, a advogada indígena Inory Kanamari afirmou que o espaço dado pelo centro universitário é significativo para os povos originários. Para ela, falar de povos originários a partir de indígenas é um reconhecimento histórico.
“A roda de conversa representa mais do que um evento acadêmico, marca o início de uma necessária tolerância e reconhecimento da presença indígena em espaços historicamente negados a nós. É inadmissível que pessoas que jamais pisaram em nossos territórios sigam falando por nós, sobre nós, como se fossem legítimos representantes de nossas vivências” disse Inory.
Inory também reafirma que, apesar do dia 19 de abril ser marcado pela celebração dos povos indígenas, movimentos exigem diariamente direitos indígenas garantidos na Constituição Federal. “Com mais de três décadas de caminhada na luta pelos direitos dos povos originários, afirmo com convicção: nossa luta é, acima de tudo, pela existência. Estamos aqui, resistimos, mas não podemos mais aceitar a invisibilidade que nos é imposta nem o silêncio forçado sobre nossas próprias histórias“, declarou.
A jornalista Paula Litaiff reafirma o compromisso da CENARIUM, que tem atuação de profisionais em Estados da Amazônia Legal como Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e outros, para ampliar debates sobre povos originários, meio ambiente, quilombolas e povos tradicionais.
“Costumamos afirmar que a CENARIUM é da Amazônia, é dos povos originários, é da umbanda, dos povos tradicionais. É através deles que os colaboradores da CENARIUM ampliam as vozes dos povos amazonidas. Não há como falar sobre o Amazônia sem os povos indígenas, sem os povos tradicionais e esse é o nosso compromisso: construir materiais jornalísticos a partir de pessoas que vivenciam lutas e trajetórias“, disse Litaiff.
A roda de conversa acontece nessa quarta-feira, 30, a partir das 18h45, no auditório A da Faculdade La Salle, localizada na Avenida Dom Pedro I, bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste de Manaus.
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Editado por Adrisa De Góes
Fonte: Agência Cenarium