Cantor Gutto Xibatada, de 39 anos, morreu após ser diagnosticado com Mpox (Reprodução/Redes Sociais)
28 de abril de 2025
Fabyo Cruz – Da Cenarium
BELÉM (PA) – A morte do cantor de forró Gutto Xibatada, de 39 anos, diagnosticado com Mpox (monkeypox), em Belém, acendeu o alerta entre parlamentares paraenses, que cobraram respostas e medidas mais rigorosas das autoridades de saúde. O óbito foi confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) na sexta-feira, 25, após o paciente ter sido internado e, posteriormente, falecido no Hospital Municipal Mário Pinotti (PSM da 14).
O Pará contabilizava, até o dia 23 de abril, 19 casos confirmados da doença, com dois óbitos — ambos de pacientes que apresentavam comorbidades que agravaram o quadro clínico, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa). As autoridades reforçam que não há surto da doença no Estado e que os casos não têm ligação entre si.
Nas redes sociais, o deputado estadual Rogério Barra (PL) criticou a gestão da Prefeitura de Belém, afirmando que houve negligência no atendimento ao paciente. “Minha solidariedade à família do jovem vítima da ‘varíola dos macacos’. Ele não morreu apenas pela doença, mas também por negligência da prefeitura”, escreveu. O parlamentar afirmou, ainda, que está oficializando as Secretarias de Saúde Municipal e Estadual para cobrar esclarecimentos sobre os protocolos adotados e as providências para conter o avanço da doença.
Já a deputada estadual Lívia Duarte (Psol) afirmou que a situação é grave e exige respostas. Em publicação nas redes sociais, disse que seu mandato já protocolou requerimentos cobrando informações da Sespa sobre as medidas tomadas. “Queremos saber por que a Sesma não tomou as devidas providências diante do caso grave que evoluiu para óbito no PSM da 14. A negligência em saúde pública custa vidas”, destacou.
Caso
Gutto Xibatada morreu no dia 22 de abril após complicações provocadas pela Mpox. Segundo familiares, ele já enfrentava os sintomas há cerca de um mês e, nesse período, viajou para o Rio de Janeiro e a Bahia. Após retornar a Belém, procurou atendimento médico, recebeu medicação e foi orientado a seguir em isolamento domiciliar.
A família relatou que o cantor, inicialmente, escondeu a gravidade da doença. Conforme os relatos, as lesões na pele se agravaram rapidamente e, com o avanço do quadro, Gutto passou a apresentar dificuldades de fala, visão e locomoção. No dia 22, ele foi levado ao hospital pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI), onde morreu horas depois.
A Prefeitura de Belém afirmou que o paciente recebeu assistência médica especializada e foi mantido em isolamento no CTI. Após uma melhora clínica, recebeu alta hospitalar, com orientações para seguimento em unidade de referência. No entanto, seu estado de saúde piorou rapidamente, o que levou à nova internação e, posteriormente, ao óbito.
A Sesma e a Sespa informaram que o caso está sendo investigado pelas autoridades sanitárias.
Sobre a Mpox
A Mpox é uma zoonose viral transmitida pelo contato próximo com fluidos corporais de pessoas contaminadas ou por meio de animais infectados. Os sintomas incluem dor de cabeça, inchaço dos gânglios linfáticos e erupções na pele. A doença foi identificada pela primeira vez em 1958 em colônias de macacos, o que levou ao nome popular “varíola dos macacos”.
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Fonte: Agência Cenarium