As chuvas devastadoras no Rio Grande do Sul revelam mais do que a fúria da natureza; elas destacam as consequências diretas das decisões políticas sobre a gestão de desastres. Em 2022, o governo de Jair Bolsonaro realizou cortes drásticos, chegando a 99% das verbas federais destinadas a emergências e desastres, uma decisão que agora pesa sobre os municípios gravemente afetados no estado.
Interessantemente, durante as enchentes na Bahia, onde centenas enfrentavam a morte devido aos alagamentos, Bolsonaro foi flagrado passeando de jet ski e se divertindo em um iate, uma imagem que contrasta com a urgência e gravidade da situação que muitos brasileiros viviam.
Em resposta ao atual cenário no Rio Grande do Sul, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem adotado uma abordagem substancialmente diferente. Com a alocação de mais de 50 bilhões de reais em créditos para a reconstrução das cidades afetadas, Lula demonstra um compromisso com a recuperação e o apoio às vítimas dessas catástrofes.
Esta situação serve como um lembrete crítico da importância das escolhas políticas. As decisões tomadas em Brasília podem ter um impacto imediato e palpável sobre a capacidade de uma região de responder e se recuperar de desastres naturais. O apoio ou a falta dele pode significar a diferença entre a recuperação rápida e o sofrimento prolongado.
A realidade é que a política deve ser uma ferramenta para o bem-estar e a segurança da população, e não uma arena para negligência ou indiferença. A tragédia no Rio Grande do Sul nos chama a refletir sobre nossa responsabilidade coletiva em escolher líderes que verdadeiramente priorizem a vida e a dignidade humana acima de tudo.
Curiosamente, nas últimas eleições presidenciais de segundo turno, a região mais afetada pelas chuvas demonstrou um forte apoio a Bolsonaro, com os seguintes percentuais de votos por município:
- Mato Castelhano: 76,17%
- Santa Tereza: 72,99%
- Estrela: 72,19%
- Muçum: 72,06%
- Ibiraiaras: 71,90%
- Encantado: 69,35%
- Arroio do Meio: 67,93%
- Imigrante: 66,51%
- Lajeado: 66,28%
- Roca Sales: 65,91%
- Cruzeiro do Sul: 64,74%
- Passo Fundo: 56,72%
Este fato ressalta a complexidade da situação política e a necessidade de consciência e memória histórica nas urnas, especialmente em tempos de crise.