A Polícia Federal também investiga a participação de grupos políticos na criação e repercussão do áudio
A Polícia Federal no Amazonas (PF-AM) fez um balanço dos resultados das primeiras apreensões da operação Nirmata, deflagrada nesta sexta-feira (9) para apurar o crime envolvendo áudio fake atribuído ao prefeito de Manaus, David Almeida.
O presidente da operação e titular da Delegacia de Direitos Humanos e Defesa Institucional da Polícia Federal no Amazonas, Rafael Grummt, informou que o áudio fake foi criado de forma profissional por um designer que presta serviços para três empresas de publicidade localizadas em Manaus. Os nomes não foram divulgados.
Com base na investigação feita até aqui, a PF-AM acredita que o material foi encomendado para criar uma difamação contra o prefeito David Almeida.
Computadores, celulares e outros aparelhos foram apreendidos hoje e passarão por perícia para identificar possíveis ligações entre o designer, as empresas de publicidade e a autoria do crime.
A Polícia Federal também investiga se há a participação de grupos políticos no crime. As três empresas de publicidade que foram alvo da operação prestam ou já prestaram serviços eleitorais para políticos locais. A identidade deles não foi revelada pela PF-AM.
O delegado explicou que as informações ainda estão sendo coletadas e que toda a operação continua na fase inicial. Duas pessoas envolvidas no compartilhamento do áudio fake também estão sendo investigadas. Uma delas é ex-funcionária da Assembleia Legislativa do Amazonas.
Empresas investigadas
A PF-AM não divulgou o nome das empresas de publicidade investigadas durante a primeira fase da operação, mas um dos locais visitados pelas equipes da Polícia Federal fica localizado no bairro Aleixo, zona centro-sul de Manaus.
A equipe de A CRÍTICA se dirigiu até o local, onde foi recepcionada por um homem que não se identificou, mas disse que a operação da Polícia Federal havia sido no prédio ao lado. No entanto, os vídeos da operação que circulam nas redes sociais mostram viaturas da PF-AM em frente ao endereço visitado pela equipe de A Crítica, e até mesmo agentes dentro do prédio, que pode ser a sede de uma das empresas investigadas.