“A razão mais óbvia que explica este fenômeno é estarmos observando o núcleo da galáxia a começar a mostrar atividade”, explica Lorena Hernández García do Millennium Institute of Astrophysics (MAS) da Universidade de Valparaíso, no Chile, e co-autora da pesquisa. “Se isto se comprovar, trata-se da primeira vez que observamos em tempo real a ativação de um buraco negro de grande massa”.
De acordo com os pesquisadores, esse é um fenômeno que poderia acontecer na Via Láctea, já que existe um buraco negro supermassivo situado no centro dela, o Sgr A*. Entretanto, não é possível afirmar a probabilidade dessa ativação do núcleo acontecer.
Os dados obtidos na comparação dos dados na pesquisa estão sendo usados para estudar a origem e o desenvolvimento deste tipo de corpo no espaço. “Independentemente da natureza das variações, esta galáxia dá-nos informações preciosas sobre a forma como os buracos negros crescem e evoluem”, conclui Paula Sánchez Sáez, astrónoma do ESO (Observatório Europeu do Sul), na Alemanha, e principal autora do artigo.
“Prevemos que instrumentos como o Muse (Multi-Unit Spectroscopic Explorer) no VLT (Very Large Telescope), ou os que serão instalados no futuro ELT (Extremely Large Telescope), sejam fundamentais para compreender melhor porque esta galáxia está aumentando seu brilho”, disse ela.