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“Doce Ironia do Poder: Di Melo e Elon Musk em um Mundo que Acaba em Mel”

A música “Se o Mundo Acabasse em Mel”, de Di Melo, é uma obra-prima que mistura soul, funk e MPB para criticar a fragilidade do poder e a ilusão da riqueza. A letra descreve a queda de um milionário, que, diante de uma crise, se vê reduzido à servidão, enquanto o mundo assiste ao seu “choque publicitário”. A ironia está no desejo do personagem de ter um “fim doce”, representado pelo mel, que contrasta com a realidade amarga de sua derrocada.

Essa narrativa parece ecoar de forma perturbadora na figura de Elon Musk, o bilionário CEO da Tesla e SpaceX, que recentemente declarou: Vamos dar golpe em quem quisermos! Lidem com isso. A fala, feita em referência ao golpe na Bolívia para garantir o acesso ao lítio, revela a mesma arrogância e desconexão com a realidade que Di Melo critica em sua música.

A Queda do Império e a Ilusão do Poder

Na música de Di Melo, o milionário que “queria morrer doce quando o mundo acabasse em mel” vê seu império desmoronar. A expressão “pane no nervo do cérebro” e “taquicardia” ilustram o impacto físico e emocional dessa queda, mostrando que, por trás da riqueza e do poder, há uma vulnerabilidade humana inescapável.

Elon Musk, por sua vez, parece viver em um mundo à parte, onde suas decisões afetam milhões, mas ele próprio está blindado pelas suas riquezas e influência. No entanto, como na música, a realidade pode ser implacável. A dependência de recursos como o lítio, controlado por países como a Bolívia, expõe a fragilidade do império de Musk. A queda de Evo Morales, patrocinada por interesses estrangeiros, é um exemplo de como o poder pode ser transitório e sujeito a reviravoltas.

A Ironia do Mel: Utopia vs. Realidade

O mel, na música de Di Melo, simboliza um ideal inalcançável, uma utopia de doçura e prazer que se desfaz diante da dura realidade. Da mesma forma, as promessas de Musk sobre um futuro tecnológico e sustentável escondem uma realidade de exploração e violência. Enquanto ele fala em colonizar Marte, suas empresas dependem de recursos extraídos sob condições questionáveis, como o lítio boliviano.

A repetição da frase “ele que dizia que queria morrer doce quando o mundo acabasse em mel” reforça a ironia de um desejo que nunca se realiza. Musk, com suas declarações arrogantes e ações imperialistas, parece acreditar que seu poder é intocável. No entanto, como Di Melo sugere, a queda é inevitável.

A Crítica à Ideologia do Poder

Di Melo não apenas critica a superficialidade do poder, mas também questiona a natureza dos desejos humanos. A música convida o ouvinte a refletir sobre a efemeridade das conquistas materiais e a verdadeira essência da felicidade.

Essa reflexão se conecta diretamente com a análise de Slavoj Žižek  (Violência: seis reflexões laterais (Boitempo, 2014), p. 60″) , que descreve como a ideologia dominante neutraliza a percepção da violência estrutural do capitalismo. Musk, com suas declarações e ações, personifica essa ideologia, onde a exploração e a dominação são vistas como naturais ou até necessárias para o “progresso”.

Conclusão: Doce Ironia, Amarga Realidade

A música de Di Melo e as ações de Elon Musk nos lembram que o poder e a riqueza são ilusórios. Enquanto o primeiro usa a ironia para criticar a fragilidade do império, o segundo personifica a arrogância de quem acredita estar acima das consequências.

No fim, o mel que prometia um fim doce se revela amargo, e a queda do milionário, seja na música ou na vida real, é um lembrete de que nenhum império é eterno. Como diz a música: “Ele que dizia que queria morrer doce quando o mundo acabasse em mel”, mas o mundo, quando acaba, raramente é doce.


Referências:

  • Di Melo, “Se o Mundo Acabasse em Mel” (1975).
  • Slavoj Žižek, Violência: seis reflexões laterais (Boitempo, 2014).
  • Judith Butler, Vida Precária: os poderes do luto e da violência (Autêntica, 2019).
  • Declarações de Elon Musk sobre o golpe na Bolívia (Twitter, 2023).

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Amazonas Repórter

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