A insuficiência cardíaca atinge cerca de 3 milhões de brasileiros, conforme dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Os hábitos adquiridos ao longo da vida, como sedentarismo e má alimentação, estão diretamente relacionados com a incidência de casos. Trata-se de uma doença crônica, em que o coração não bombeia o sangue como deveria.
Neste domingo (09) é Dia Nacional de Alerta contra a Insuficiência Cardíaca, data instituída pela SBC para chamar atenção da população para o tema. O coordenador da pós-graduação em Cardiologia da IPEMED/Afya, médico Tiago Bignoto, explica que a doença ocorre quando, por alguma razão, as funções do coração não são suficientes para atender a demanda do organismo.
Em geral, diz ele, o problema é consequência de outras doenças que ao longo tempo agridem o órgão, como infarto, hipertensão, miocardite, entre outros. “Todas as doenças cardiovasculares podem evoluir, em sua história natural, para a insuficiência cardíaca. Costumamos dizer que é a via final de qualquer doença cardíaca não tratada adequadamente”, destacou.
De acordo com Tiago Bignoto, a principal manifestação da insuficiência cardíaca é, sem sombra de dúvidas, a falta de ar. “A queixa de cansaço e falta de ar está presente na quase totalidade dos casos, mas pode ser acompanhada de edema, dor ou desconforto torácico e tosse seca”, ressalta.
O coordenador explica que a insuficiência cardíaca afeta, principalmente, pessoas com mais idade, porque está relacionada a outras doenças adquiridas, mas isso não significa que essa patologia não possa ser diagnosticada em qualquer faixa etária.
O tratamento e a prevenção dependem do diagnóstico precoce e do controle das doenças associadas, quando existem. Entretanto, a adoção de hábitos saudáveis ao longo da vida contribui para evitar o problema. Ele cita exemplos como praticar atividade física regularmente, sempre com orientação profissional, manter uma alimentação equilibrada com baixo consumo de gordura, sal e açúcar, além de evitar o consumo de bebida alcoólica.
Tiago Bignoto orienta, também, à consulta regular com o médico cardiologista. “O especialista é peça fundamental no tratamento adequado da insuficiência cardíaca. Tradicionalmente, encontramos prevalência de desfechos negativos, como mortalidade, em índices muito elevados. Saber diagnosticar adequadamente e mais, tratar com drogas certas e manejo adequado, tem sido fundamental na melhora do paciente”, observou.