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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Em Conferência da ONU sobre a água, SDSN Amazônia denuncia ações predatórias e defende desenvolvimento sustentável na região

O objetivo do evento foi alinhar ações conjuntas para cumprir acordos firmados e metas estabelecidas pela Agenda 2030

As ações predatórias que atingem as bacias hidrográficas da Amazônia e a importância do desenvolvimento sustentável para região foram temas abordados pela secretária executiva da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (SDSN), Júlia Garcia, durante a Conferência da ONU sobre a Água, considerado o principal encontro temático em mais de uma década. O evento aconteceu, semana passada, em Nova Iorque, reunindo grandes lideranças na área ambiental.

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é responsável pela secretaria executiva da SDSN Amazônia. A Conferência da ONU sobre a Água é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), junto da Holanda e Tajiquistão, países com desafios relacionados ao aquecimento global e acesso à água potável, respectivamente. Durante três dias, chefes de Estado, representantes de iniciativas privadas e ativistas da sociedade civil debateram propostas e articularam soluções para honrar as metas da Agenda 2030, especialmente sobre o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6: “Água Potável e Saneamento”. Outros pontos de destaque foram justiça climática, aquecimento global e tensões políticas entre países.

Durante a sua apresentação, Júlia destacou as atividades predatórias que impactam a saúde das bacias hidrográficas da Amazônia e comprometem o ecossistema local.

“O crescimento do garimpo, desmatamento, agronegócio e ocupações irregulares afetam, entre outros pontos, a pureza das águas naturais. Quem bebe e as utilizam para sobreviver, sejam animais ou humanos, colocam suas vidas em risco. Sem esquecer que com menos vegetação, os incêndios florestais aumentam, a incidência de chuvas diminui e vemos as mudanças climáticas chegando a um ponto irreversível”, destaca.

Ainda segundo Júlia o “acesso à água potável e saneamento básico é um direito social presente em todo o mundo, inclusive no Brasil. Mas em pleno 2023, ainda parece ser uma garantia elitista para a maioria da população”, complementou.

Segundo dados do Instituto Trata Brasil, com base no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2021, aproximadamente 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável, enquanto 100 milhões carecem de rede de esgoto.

Junto a isso, estatísticas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), apontam que o garimpo em Terras Indígenas (TIs) da Amazônia aumentou em 787%, entre 2016 a 2022. Os resultados são poluição em águas dos rios da área, como o Baixo e Médio Tapajós, e o aumento de doenças em moradores da região, incluindo outras etnias indígenas e povos tradicionais.

Sobre a SDSN Amazônia

A Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia), criada em 2014 na cidade de Manaus (Brasil), é uma rede regional da SDSN Global. A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) realiza a secretaria executiva da rede. A organização visa mobilizar o conhecimento local na busca e criação de soluções práticas e viáveis para os desafios relacionados ao desenvolvimento sustentável da Pan-Amazônia.

Sobre a FAS

A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia por meio de programas e projetos nas áreas de educação e cidadania, saúde, empoderamento, pesquisa e inovação, conservação ambiental, infraestrutura comunitária, empreendedorismo e geração de renda. A FAS tem como missão contribuir para a conservação do bioma pela valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade e pela melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia. Em 2023, a instituição completa 15 anos de atuação com números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 40% no desmatamento em áreas atendidas entre 2008 e 2021.

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Amazonas Repórter

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