Após o Ibama negar a licença para a Petrobras perfurar um poço exploratório na região da Foz do Amazonas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que não descarta a possibilidade de liberar a exploração de petróleo nessa área, mas ressaltou que irá avaliar o assunto quando voltar ao Brasil.
A decisão do Ibama foi emitida na última quarta-feira e impediu a perfuração do poço a aproximadamente 160 km da costa do Oiapoque, no Amapá, e cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas.
“Se explorar esse petróleo tiver problema para a Amazônia, certamente não será explorado, mas eu acho difícil, porque é a 530 quilômetros de distância da Amazônia.” Acrescentou, porém, que só vai decidir quando estiver de volta no Brasil. “Eu só posso saber quando chegar [ao país].”, disse Lula durante uma coletiva de imprensa em Hiroshima, no Japão, onde participava da reunião do G7, ao ser questionado sobre sua opinião a respeito da decisão do Ibama, que gerou divergências entre os ministros do Meio Ambiente, Marina Silva, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A Foz do Amazonas é uma área pertencente à Margem Equatorial, que abrange todo o litoral norte do país, estendendo-se até o Rio Grande do Norte, no Nordeste. Essa região é reconhecida como ambientalmente sensível devido à sua rica biodiversidade marinha, abrigando diversas espécies de fauna e flora, além de ser lar de uma parte significativa dos manguezais brasileiros.
A negativa do Ibama provocou tensões políticas entre o Ministério de Minas e Energia e o Ministério do Meio Ambiente. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, realizou duas reuniões com Marina Silva e Alexandre Silveira no Palácio do Planalto, na tentativa de mediar o conflito. No entanto, Alckmin optou por deixar a mediação nas mãos de Lula, que retornou ao Brasil logo após a coletiva no Japão.