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Erika Hilton é alvo de transfobia por deputado do Pará



A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) e o deputado federal Éder Mauro (PL-PA) (Composição de Lucas Oliveira/CENARIUM)

17 de abril de 2025

MANAUS (AM) – BELÉM (PA) – O deputado federal Éder Mauro (PL-PA) fez um comentário transfóbico nas redes sociais contra a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) após ela denunciar que teve sua identidade de gênero desrespeitada durante a emissão de um visto diplomático para os Estados Unidos. Em tom de deboche, o parlamentar bolsonarista publicou: “O chassi não bateu?”, em referência ao erro no gênero do documento oficial. A postagem foi publicada com uma imagem da matéria da Folha de S.Paulo sobre o ocorrido.

Publicação de Éder Mauro no Instagram (Reprodução/Instagram @edermauropa)

“Essa agenda progressista, como essa imposição da ideologia de gênero, que a extrema esquerda tenta empurrar, já não cola mais, nem aqui e nem em lugar nenhum do mundo. A volta de Trump à Presidência dos EUA, da forma como aconteceu, é a prova disso. Não tenho dúvidas de que, no Brasil, o movimento será o mesmo em 2026. E se a Erika Hilton não quer mais ir aos EUA, sugiro que visite a Palestina. Talvez o Hamas, que ela defende na Câmara, seja mais receptivo à identidade de gênero”, disse ao ser questionado pela CENARIUM sobre as declarações contra a deputada.

Éder Mauro coleciona uma série de polêmicas e episódios de agressividade dentro e fora da Câmara. Em 2024, foi acusado de agredir fisicamente o deputado Rogério Correia (PT-MG) durante uma sessão do Conselho de Ética que discutia o pedido de cassação de André Janones (Avante-MG). Correia afirma que tentou intervir para evitar uma possível agressão a Janones e acabou sendo atacado.

“Ele me desferiu vários chutes. Fiz exame de corpo de delito, entreguei fotos dos hematomas, laudo médico e vídeos que mostram o deputado se aproximando agressivamente de mim”, relatou o petista, que denunciou a paralisação do processo disciplinar contra Éder Mauro, enquanto outros parlamentares da oposição são alvos de processos em ritmo acelerado.

O deputado federal Delegado Éder Mauro (PSD-PA) (Gustavo Sales/Câmara dos Deputados)

No mesmo ano, Éder Mauro também protagonizou um embate na Comissão de Direitos Humanos da Câmara ao mencionar de forma desrespeitosa a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. “Marielle Franco acabou, porra. Não tem porra nenhuma aqui”, disse ele, durante discussão sobre direitos humanos. Na ocasião, foi duramente criticado por parlamentares do Psol, entre eles Talíria Petrone, que respondeu aos gritos de “torturador” e “matador”.

Caso Erika Hilton

O governo dos Estados Unidos emitiu um visto diplomático para a deputada federal Erika Hilton com o gênero incorreto, identificado como masculino. Erika é uma das duas primeiras parlamentares trans da história da Câmara dos Deputados e atua como ativista na defesa dos direitos da população LGBTQIAPN+.

A parlamentar já havia obtido visto anteriormente, antes do governo Donald Trump, com a informação correta, respeitando sua autodeclaração de gênero como mulher. Desta vez, no entanto, a emissão do documento desrespeitou sua identidade, mesmo sem que ela tivesse fornecido qualquer informação nesse sentido durante o processo.

A deputada federal Erika Hilton (Reprodução/Câmara dos Deputados)

Erika havia sido convidada para participar da Brazil Conference at Harvard & MIT 2025, em Cambridge, Massachusetts, como representante oficial do Parlamento brasileiro. Sua viagem estava autorizada pela presidência da Câmara, caracterizando a missão como oficial.

Ao perceber a alteração no documento, Hilton optou por não utilizar o visto e cancelou sua ida ao evento. Para ela, o episódio configura “transfobia de Estado” por parte do governo norte-americano e deve ser tratado também como um problema diplomático. A deputada enviou um ofício ao Itamaraty solicitando uma audiência com o ministro das Relações Exteriores. Hilton classificou o episódio como extremamente grave e reforçou que o caso exige não apenas indignação, mas providências diplomáticas concretas.

Leia mais: ‘Política de ódio’, diz Erika Hilton sobre visto dos EUA com gênero masculino
Editado por Adrisa De Góes



Fonte: Agência Cenarium

Amazonas Repórter

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