A febre maculosa, doença transmitida pelo carrapato estrela e causada pela bactéria Rickettsia, já contabiliza 49 casos e seis óbitos no Brasil neste ano. O Ministério da Saúde está monitorando a situação de perto. De acordo com o Dr. Luiz Werber-Bandeira, imunologista e professor do IDOMED, a febre maculosa não é transmitida por contato entre pessoas. Os sintomas começam a se manifestar após a picada do carrapato e incluem dor de cabeça intensa, febre alta, dores no corpo, vermelhidão no local atingido, calafrios e, em casos mais graves, paralisia dos membros afetados. Em estágios avançados da doença, podem ocorrer inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e nas solas dos pés, além de diarreia, náuseas, vômitos, dor abdominal e gangrena nas orelhas e nos dedos.
“O diagnóstico precoce da febre maculosa é desafiador, pois os sintomas iniciais podem ser confundidos com os de outras doenças, como hepatite viral, dengue e leptospirose. Por isso, é importante informar ao médico se houve exposição a áreas onde carrapatos possam estar presentes, como trilhas, fazendas, florestas e matas, para facilitar o diagnóstico adequado”, comenta Dr Luiz Werber-Bandeira.
O especialista destaca que a prevenção da febre maculosa está relacionada à redução do contato com carrapatos. Recomenda-se o uso de roupas claras, que facilitam a visualização dos carrapatos, além de botas, calças compridas e blusas de mangas compridas ao circular por áreas gramadas ou campos. Evitar pisar em locais com grama alta e aplicar repelentes de insetos também são medidas preventivas recomendadas pelo Ministério da Saúde. Caso um carrapato seja encontrado no corpo, deve-se removê-lo com uma pinça, priorizando a rapidez para diminuir o risco de contrair a doença. A área afetada deve ser lavada com água e sabão ou álcool. É importante ressaltar que não se deve apertar ou esmagar o carrapato durante a remoção.
“Sobre o tratamento, o Ministério da Saúde enfatiza que a febre maculosa é curável quando os antibióticos são administrados nos primeiros dois ou três dias da doença. Em alguns casos, a hospitalização pode ser necessária, e a terapia recomendada tem a duração de sete dias, podendo ser seguida por mais três dias após o desaparecimento da febre. O diagnóstico tardio pode levar a complicações graves, afetando o sistema nervoso central, os vasos sanguíneos, os pulmões e os rins, e resultar em óbito”, pontua Dr. Luiz Werber-Bandeira.