A Rússia é conhecida como um dos países mais populosos do mundo. Segundo estimativas das Nações Unidas, sua população chega a aproximadamente 147 milhões de pessoas.
No início do mês, um impressionante complexo residencial localizado em Kudrovo, perto de São Petersburgo, a segunda cidade com mais pessoas por metro quadrado do país, depois da capital Moscou, chamou a atenção de internautas nas redes sociais por sua alta concentração de habitantes. São quase 20 mil pessoas morando em um mesmo local, praticamente a população de um pequeno município.
Construído em 2015, o Novy Okkervil, com milhares de blocos de apartamentos, se tornou o mais lotado do mundo. De acordo com o tablóide britânico The Sun, o “formigueiro humano” possui 3.700 apartamentos, com 35 entradas, distribuídos por 25 andares.
A maioria dos apartamentos, segundo o The Sun, tem um ou dois quartos e há uma média de quatro a seis apartamentos por andar.
Além de acomodar um número recorde de habitantes, o complexo colossal na Rússia é considerado “autossuficiente”, por suprir em seu interior todas as demandas que os moradores têm. Com isso, há pessoas que quase nunca saem de casa.
Segundo o portal Executive Digest, o primeiro andar é dedicado a negócios e serviços, incluindo sete mercados para alimentação, três salões de beleza, um jardim de infância particular, cafeterias e uma agência dos correios.
O estacionamento é gratuito, com o objetivo de incentivar a rotatividade e o consumo dos moradores dentro do complexo, porém, conseguir uma vaga, sobretudo à noite, pode ser uma tarefa difícil.
Não há relatos de tumultos ou de perturbações causadas por barulhos em apartamentos vizinhos. Porém, entre os desafios de viver em um complexo superpopuloso estão algumas filas nos elevadores e questões logísticas, como entregas e evacuações de emergência.
Seis meses sem sair
Um dos residentes do condomínio contou ao portal de notícias Unilad Tech que o complexo é tão completo que ele e sua família passaram seis meses sem sair do local.
A popularidade de complexos residenciais como o de Kudrovo chama a atenção, visto que a Rússia é o maior país do mundo, em relação ao território, com limites que se estendem por dois continentes, Ásia e Europa.
Essas formas de habitação aglomeradas lembram a cultura do regime soviético, derrubado em 1991, quando apartamentos eram divididos entre famílias desconhecidas – até quatro agrupamentos familiares moravam sob um mesmo teto, compartilhando os mesmos cômodos.
A aglomeração populacional nesses “apartamentos comunitários”, ou kommunalki, como os russos chamavam na era soviética, muito se assemelham ao “formigueiro humano” (embora não haja relatos do modelo de divisão de moradia com estranhos no Novy Okkervil), revelando vestígios do comunismo que permanecem entranhados na Rússia moderna.