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quarta-feira, abril 30, 2025
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Galáxias satélites de Andrômeda apontam para a nossa casa


Um artigo publicado este mês na revista Nature Astronomy relata uma descoberta inesperada sobre Andrômeda (ou Messier 31), a galáxia mais próxima da Via Láctea. Astrônomos perceberam que a maioria das pequenas galáxias ao redor dela está apontando em uma única direção: a nossa.

Essa organização incomum contraria o que os cientistas esperavam com base no modelo padrão da formação de galáxias, segundo o qual as grandes galáxias, como a Via Láctea e Andrômeda, crescem engolindo outras menores ao longo do tempo. Essas galáxias anãs seriam puxadas pela gravidade, com ajuda da misteriosa matéria escura, e acabariam se fundindo com a galáxia maior. E o esperado é que elas orbitem em todas as direções, de forma desordenada.

No entanto, observações anteriores já indicavam algo esquisito em Andrômeda. Várias de suas galáxias satélites orbitam de forma relativamente plana, como os planetas do nosso Sistema Solar. Isso já era difícil de explicar. Agora, o novo estudo mostra que elas não só estão organizadas, como também parecem “olhar” para a Via Láctea, nossa “casa” no Universo.

Imagem de Andrômeda obtida pelo telescópio espacial Galaxy Evolution Explorer (GALEX), da NASA. Crédito: NASA / JPL-Caltech

Configuração das galáxias satélites de Andrômeda é caso raro na cosmologia

Os pesquisadores analisaram 37 dessas galáxias satélites e descobriram que 80% delas estão reunidas em um hemisfério específico de Andrômeda – justamente o que está voltado para a nossa galáxia. Em modelos de simulação baseados nas leis conhecidas da cosmologia, isso acontece em menos de 0,3% dos casos.

Para os autores do estudo, esse padrão pode ser um desafio sério para o modelo padrão do Universo, conhecido como ΛCDM (Lambda-CDM). Essa teoria é a mais aceita para explicar a origem e o desenvolvimento do cosmos, levando em conta a expansão do Universo e a matéria escura.

Algumas das galáxias anãs que orbitam Andrômeda (M31). Crédito: NASA / ESA / DSS2 / Alessandro Savino (UC Berkeley) / Joseph DePasquale (STScI)

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A simulação de galáxias feita com base nesse modelo simplesmente não reproduz esse tipo de organização. Ou seja, se os dados estiverem corretos, Andrômeda e suas galáxias satélites estão se comportando de maneira que a teoria atual não consegue explicar. Isso levanta dúvidas sobre o que pode estar faltando em nosso entendimento.

Diante desses dados, os cientistas pedem cautela. Antes de questionar toda a teoria do Universo, é preciso considerar explicações mais simples. Por exemplo, pode haver erros nas medições de distância dessas galáxias mais fracas, ou Andrômeda pode ser uma exceção rara, com uma história incomum.

Diagrama esquemático do arranjo das galáxias anãs orbitando M31, mostrando que a maioria delas está do lado da galáxia que é voltado para a Via Láctea. Crédito: Kosuke Jamie Kanehisa/AIP

Em entrevista ao site Space.com, Kosuke Jamie Kanehisa, doutorando em astrofísica no Instituto Leibniz de Astrofísica de Potsdam (AIP), na Alemanha, e principal autor do estudo, sugere que essa estranha organização dos satélites pode estar ligada a um evento dramático ocorrido há bilhões de anos. “O fato de vermos os satélites da M31 nesta configuração instável hoje – o que é estranho, para dizer o mínimo – pode apontar para muitos terem caído recentemente, possivelmente relacionado à grande fusão que se acredita ter sido experimentada por Andrômeda cerca de dois a três bilhões de anos atrás”.

Para tirar conclusões mais sólidas, os astrônomos agora precisam observar com mais precisão as galáxias menores em torno de Andrômeda. Especialmente aquelas que são mais difíceis de detectar. Só assim será possível saber se estamos diante de uma exceção cósmica ou de uma falha no modelo que usamos para entender o Universo.




Fonte: Olhar Digital

Amazonas Repórter

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