O governo brasileiro e o Google anunciaram nesta quarta-feira (7) um projeto de cooperação para excluir conteúdos e mensagens racistas das redes sociais e plataformas da multinacional.
acordo foi anunciado após uma reunião que executivos do gigante tecnológico mantiveram na terça-feira em Brasília com a ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, na sequência do escândalo gerado pela revelação de que uma aplicação que a Google oferecia na sua loja online, e que já foi retirada, permitia ao utilizador “fazer-se passar por proprietário de escravos”.
“É fundamental termos uma colaboração entre Governo e iniciativa privada para combater o racismo e o discurso de ódio. O ambiente virtual, hoje, é onde mais se prolifera esse tipo de conteúdo e as grandes empresas de tecnologia têm responsabilidade nesta moderação”, indicou a ministra brasileira, de acordo com um comunicado divulgado pela presidência brasileira.
“Já nos reunimos com a Meta e hoje foi com o Google. Vamos continuar nos reunindo com mais plataformas”, acrescentou.
No encontro, o Google comprometeu-se a investir um milhão de reais (cerca de 189.666 euros) na criação de um projeto, em parceria com o governo brasileiro, para apoiar programadores negros e instituições que investiguem a disseminação de conteúdos racistas e discursos de ódio nas redes sociais.
A multinacional comprometeu-se ainda a colaborar num grupo de trabalho com o Ministério da Igualdade Racial para “moderar conteúdos racistas” publicados nas plataformas da própria empresa, como o Youtube, segundo um comunicado da Presidência do Brasil.
A empresa aproveitou o encontro para detalhar outras iniciativas de combate ao racismo que tem realizado, como projetos de apoio a pesquisas sobre o tema e apoio a empresas lideradas por negros.