Google investe US$ 10 milhões para formar 100 mil eletricistas nos EUA e aliviar crise energética causada pelo avanço de data centers com IA

Tudo sobre Google
O Google vai investir US$ 10 milhões para treinar eletricistas e aprendizes nos Estados Unidos, numa tentativa de mitigar a crescente crise energética impulsionada pela expansão de centros de dados voltados à inteligência artificial (IA). O anúncio foi feito na semana passada e representa um esforço para formar 100 mil trabalhadores do setor elétrico e 30 mil aprendizes ao longo do país.
A escassez de profissionais qualificados tem dificultado a conexão de novas fontes de energia às redes elétricas, um gargalo para gigantes da tecnologia como o Google, que precisam de mais eletricidade para alimentar seus data centers de IA, altamente consumidores de energia. Segundo a empresa, a iniciativa pode ampliar em até 70% o número de eletricistas disponíveis até o fim da década.
Tecnologia exige energia — e energia exige mão de obra
O investimento do Google será destinado a organizações como a Electrical Training Alliance, a International Brotherhood of Electrical Workers (IBEW) e a National Electrical Contractors Association (NECA). Os recursos vão financiar programas de aprendizado técnico e reciclagem da força de trabalho atual, com o objetivo de acelerar a capacitação de profissionais que possam atuar na construção e manutenção de novas infraestruturas elétricas.
“A iniciativa com a Google e nossos parceiros da NECA e da Electrical Training Alliance trará mais de 100 mil eletricistas urgentemente necessários para o setor, de forma a atender à demanda de geração de energia e centros de dados movidos por IA”, afirmou Kenneth Cooper, presidente da IBEW.
Setor energético vira prioridade para as big techs
- O aumento repentino da demanda elétrica levou o presidente Donald Trump a declarar uma emergência energética nacional, com o intuito de acelerar a liberação de projetos de geração e transmissão.
- A procura por energia nos Estados Unidos estava estagnada há quase 20 anos, mas voltou a crescer com força devido à IA.
- Segundo estudo apoiado pelo Departamento de Energia, os centros de dados podem triplicar seu consumo nos próximos três anos, passando a representar 12% do total de eletricidade consumida no país.
- Outras gigantes também estão se movimentando.
- A Microsoft, por exemplo, anunciou uma parceria com a Constellation para reativar um reator nuclear da usina de Three Mile Island, na Pensilvânia, para abastecer seus próprios data centers.
Leia mais:
Google aposta em IA para acelerar conexões à rede elétrica
Além do investimento em formação profissional, o Google anunciou uma parceria com a operadora PJM Interconnection, responsável pela maior rede elétrica regional dos EUA. A proposta é usar inteligência artificial para acelerar a integração de novas fontes de energia e linhas de transmissão.
A empresa também revelou que firmou acordos corporativos para aquisição de energia proveniente de pequenos reatores nucleares e fontes geotérmicas avançadas. Um livro branco com propostas de políticas públicas para impulsionar essas tecnologias será publicado em breve, incluindo sugestões como proteção contra custos excedentes em reatores nucleares avançados e agilização de permissões na Comissão Reguladora Nuclear.
Outras recomendações incluem apoio legislativo para tecnologias de captura de carbono, expansão de linhas de transmissão e aprimoramento da eficiência da infraestrutura elétrica já existente.
Fonte: Olhar Digital