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Helder Barbalho articula ida ao Senado e sucessão no Pará



O governador do Estado do Pará, Helder Barbalho (Reprodução/Governo do Pará)

28 de abril de 2025

Fabyo Cruz – Da Cenarium

BELÉM (PA) – À medida que 2026 se aproxima, os bastidores da política paraense se agitam em torno dos próximos passos do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). De acordo com fontes ouvidas pela CENARIUM, o chefe do Executivo estadual já desenha seu futuro político: a candidatura ao Senado Federal. O movimento inclui a saída antecipada do governo, prevista para seis meses antes do pleito, e a indicação da atual vice-governadora, Hana Ghassan Tuma (MDB), como sua sucessora no comando do Estado.

“Nos corredores do partido, o que se comenta é que ele [Helder] será candidato ao Senado. Vai se afastar seis meses antes, deixando a vice como governadora e indicando-a como sucessora”, afirmou à reportagem uma fonte ligada ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) do Pará.

Vice-governadora, Hana Ghassan Tuma, ao lado do governador Helder Barbalho (Reprodução/Redes Sociais)

Helder Barbalho pretende aproveitar o fato de que, em 2026, duas cadeiras do Senado estarão em disputa pelo Pará. A estratégia, segundo apuração da CENARIUM, é lançar uma chapa “casadinha”, tendo como companheiro Francisco das Chagas Silva Melo Filho, o deputado estadual “Chicão” (MDB), atual presidente da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) e aliado de confiança do governador.

Deputado estadual Chicão, presidente da Alepa (Ozeas Santos/AID/Alepa)
Alianças e obstáculos

Apesar das movimentações locais, Helder também mantinha expectativas em relação ao cenário nacional. Entre seus aliados, havia a esperança de que o governador pudesse ser indicado como vice na chapa presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma eventual reeleição. As ações do governo estadual voltadas para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro deste ano, em Belém, seriam o “trampolim” para Barbalho alçar voos nacionais. Entretanto, essa possibilidade perdeu força nos últimos meses.

Segundo apuração da CENARIUM, a relação entre Lula e o atual vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), se consolidou, afastando Helder de uma ascensão nacional neste momento. A situação se agravou com a recente movimentação de Daniel Santos (PSB), prefeito de Ananindeua – segunda cidade mais populosa do Pará – e provável adversário de Hana Ghassan na disputa pelo governo do Pará. Daniel Santos assumiu a presidência estadual do PSB e estreitou laços com Alckmin, fortalecendo o vínculo do partido com o núcleo duro do Palácio do Planalto.

Daniel Santos, prefeito de Ananindeua (Ascom PMA/Ricardo Amanajás)

Esse movimento indica que, além da disputa pelo Senado, Helder terá de se dedicar à manutenção da continuidade de seu grupo político no governo estadual. A candidatura de Hana, embora respaldada por Helder, deverá enfrentar uma eleição competitiva, especialmente com a possível entrada de Daniel Santos na disputa.

Desafios na sucessão

A aposta em Hana Ghassan traz riscos e benefícios para o projeto político liderado por Helder. De acordo com o cientista político e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) Edir Veiga, a principal desvantagem é a pouca experiência da vice-governadora em articulações partidárias e em disputas eleitorais. “Os custos se evidenciam na aposta em uma candidata neófita, que nunca enfrentou uma eleição majoritária. Por outro lado, os benefícios residem na fidelidade que Hana tende a ter a Helder”, avalia.

Mesmo com a perda de espaço nas articulações nacionais, a realização da COP30 ainda é considerada um trunfo para o grupo do governador. “A COP é vista como um espaço político fundamental para projetar Helder como liderança nacional. Ele é um jovem político e seu futuro pode se concretizar no curto ou no médio prazo. Sua missão agora é fazer a COP acontecer da melhor forma possível”, analisa Veiga.

Edir Veiga, cientista político e professor da UFPA (Reprodução/Canaã na Rede)

Outro fator que poderá pesar a favor de Hana é o controle da máquina pública. No Pará, lembra Veiga, o peso da estrutura administrativa e financeira nas disputas eleitorais é historicamente determinante. “O Estado possui uma grande maioria da população em municípios pobres ou muito pobres, onde o clientelismo dita os rumos eleitorais. Helder conta com uma ampla coligação em mais de 100 municípios, uma máquina azeitada e uma gestão bem avaliada, elementos fundamentais para tentar eleger sua sucessora”, destaca.

Oposição e riscos

Apesar dessas vantagens, o cenário de 2026 pode reservar surpresas. A movimentação de Daniel Santos é vista como uma ameaça real à hegemonia do MDB, especialmente na Região Metropolitana de Belém (RMB), onde o prefeito de Ananindeua tem forte influência. “A capacidade de Daniel de ameaçar a candidatura do MDB vai depender da sua articulação com partidos e lideranças expressivas no interior do Estado”, pondera Veiga.

Caso a disputa se torne muito competitiva, o grupo de Helder Barbalho terá pouco espaço para recuar. “Se a eleição estadual apresentar alto nível de competitividade, o grupo governista corre riscos sérios. Hoje não se vislumbra um nome forte de reserva para uma eventual troca de candidatura. Helder precisará apostar tudo no candidato ou candidata que lançar, sem possibilidade de recuo”, conclui.

Leia mais: Com déficit em hotéis, Belém terá 6 mil leitos em navios na COP30
Editado por Adrisa De Góes



Fonte: Agência Cenarium

Amazonas Repórter

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