Nesta terça-feira, 29, nove lideranças participam de uma nova reunião com a Semas e representantes da Imerys, em busca de soluções e garantias para a proteção do território Turiwara (Divulgação)
29 de abril de 2025
Fabyo Cruz – Da Cenarium
BELÉM (PA) – Pelo segundo dia consecutivo, indígenas da etnia Turiwara, originários do município de Tomé-Açu, no nordeste do Pará, ocupam a sede da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), em Belém, nesta terça-feira, 29. A mobilização denuncia supostos impactos ambientais causados por madeireiros e pela atuação da mineradora Artemyn ( antiga Imerys) em território tradicional do povo Turiwara.
Com mais de 150 indígenas presentes na capital paraense, o movimento exige explicações sobre a concessão de licenças ambientais a empreendimentos que, segundo os Turiwara, operam ilegalmente em suas terras.
“Nós viemos atrás de resposta. O que está acontecendo? Empresa operando ilegal dentro do nosso território, madeireiros tirando madeira e nada é feito”, questionou o cacique Paulo Turiwara, durante a manifestação.
Segundo o líder indígena, a comunidade tem enfrentado dificuldades para estabelecer diálogo com a Artemyn, que atua na extração de caulim na região. “Muitas vezes a gente solicita conversar com elas para rever alguns danos ambientais. Ela nos joga no meio judicial, até mesmo nos acusando”, relatou o cacique.
A principal reivindicação dos Turiwara é a suspensão das licenças concedidas à empresa, responsável por um mineroduto que corta áreas indígenas. Os linhões, como são conhecidos, atravessam aldeias e têm provocado escassez de recursos naturais e o deslocamento forçado de famílias indígenas para áreas urbanas, segundo denúncias feitas pelos manifestantes.
Na segunda-feira, 28, uma comitiva foi recebida por representantes da Semas, mas não houve avanço no diálogo. Nesta terça, 29, nove lideranças participam de uma nova reunião com a Semas e representantes da Artemyn, em busca de soluções e garantias para a proteção do território Turiwara.
A reportagem da CENARIUM solicitou posicionamento oficial da Semas e, por meio de nota, juntamente com a Secretaria de Povos Indígenas (SEPI), o órgão informou que segue à disposição como mediadora do diálogo entre representantes e lideranças indígenas, representantes da mineradora Artemyn, e a Defensoria Pública da União.
Confira abaixo na íntegra a nota enviada pela Artemyn:
“A Artemyn reitera o compromisso aos direitos das comunidades indígenas e ressalta que está em constante diálogo com as partes interessadas buscando o melhor entendimento e solução da situação”.
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Fonte: Agência Cenarium