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Influência de Collor em Alagoas se concentra em meios de comunicação após derrota eleitoral


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Por José Matheus Santos e Josué Seixas

(Folhapress) – Preso nesta sexta-feira (25) após ser condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e sem mandato desde 2023, o ex-presidente Fernando Collor de Mello tem influência em Alagoas concentrada nos veículos de comunicação dos quais é proprietário.

A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e Collor está em um presídio de Maceió.

Em 2022, Collor foi candidato a governador pelo PTB, após 16 anos exercendo o mandato de senador. Contou com um vice do PL, partido de Jair Bolsonaro, e durante a campanha eleitoral dizia ter o apoio do então presidente. Mesmo assim, nem sequer avançou para o segundo turno e obteve 16% dos votos válidos.

Aliados à época avaliavam como remotas as chances de vitória para o governo, mas menos difícil do que a reeleição no Senado, na qual Collor teria que enfrentar o franco favorito Renan Filho (MDB), que deixou o governo estadual com boa avaliação meses antes da votação.

O isolamento político do ex-mandatário pôde ser visto na eleição de 2018, na qual ele desistiu da candidatura ao governo a menos de um mês do primeiro turno. Integrantes de sua coligação evitavam subir no palanque, e ele acabou achando melhor sair da disputa. “Cumpro minha palavra, mas peço reciprocidade. Na ausência dela perde sentido a missão a mim atribuída. Sem unidade, perde a candidatura o seu significado de existência”, afirmou na ocasião.

Como parlamentar, Collor também apostava nas emendas para se manter em evidência no interior do estado, participando de eventos de entrega de máquinas e equipamentos.

O ex-presidente foi senador por dois mandatos. O retorno a Brasília aconteceu após a vitória em 2006, quando venceu o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), em uma disputa acirrada. Foi o primeiro triunfo de Collor após o impeachment em 1992, quando deixou a Presidência da República.

Em 2014, foi reeleito para o Senado em uma coligação que alçou Renan Filho ao Governo de Alagoas. Anos depois, o clã Calheiros rompeu com o ex-presidente.

Atualmente, o ex-presidente aparece mais alinhado ao governador Paulo Dantas (MDB) do que à gestão do prefeito de Maceió, JHC (PL). O vice-prefeito de Maceió, Rodrigo Cunha (Podemos), foi adversário de Collor na disputa ao Governo de Alagoas em 2022, na qual discutiram de forma acalorada em um dos debates.

O ex-presidente ainda tenta, até hoje, propagandear medidas de seus anos na Presidência, como a implantação do Código de Defesa do Consumidor, a demarcação da terra indígena yanomami e a participação na criação do Mercosul.

Influência de Collor em Alagoas

Alagoas, além dos Calheiros, tem como outra grande força política o grupo do ex-presidente da Câmara Arthur Lira, do PP. Na eleição do ano passado, o MDB fez a maior parte dos prefeitos, com 65, seguido do PP, com 27.

Antes de ser presidente, Collor governou o estado de 1987 a 1989. Também foi nomeado prefeito de Maceió no fim da ditadura militar. Hoje, no campo da comunicação, a família dele é proprietária da Organização Arnon de Mello, que possui TV, rádio e jornal digital e impresso próprios.

Há também emissora de televisão afiliada à Globo, que obteve na Justiça o aval para o fim do vínculo com o canal alagoano usando como argumento a condenação do ex-presidente no Supremo.

Isso porque a investigação que levou à condenação e agora à prisão de Collor aponta que a TV Gazeta teria sido usada pelo ex-presidente para a lavagem de dinheiro. A acusação foi o estopim para a Globo buscar a rescisão contratual com o grupo de comunicação alagoano.

O fim da parceria foi autorizado em março pelo ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

O magistrado concordou com o argumento da Globo, de que “incorre em lesão à ordem pública ao aplicar o princípio da preservação da empresa de forma desproporcional e abusiva” manter o acordo com a TV Gazeta. A decisão definitiva deve sair até junho.

Collor

Fernando Collor. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

A TV Gazeta quer manter o vínculo com a Globo, o que impede a rede de buscar uma nova afiliada, que já está com a estrutura pronta para iniciar as operações desde o ano passado.

Segundo o canal alagoano, sem ter o aporte da Globo, a empresa não vai conseguir cumprir acordos para pagamento de dívidas em sua recuperação judicial, em vigor desde 2019.

Em outubro de 2023, como informou o colunista da Folha Gabriel Vaquer, a Globo comunicou à TV Gazeta que não renovaria o vínculo, por causa de escândalos envolvendo a emissora nos últimos anos. A TV de Collor é afiliada da Globo desde 1975.

Em duas decisões em que analisou a situação, o Tribunal de Justiça de Alagoas acatou pleitos da TV Gazeta e concedeu decisões desfavoráveis à Globo, que levou o caso ao STJ, onde obteve êxito.

No estado, o grupo Gazeta também possui rádio e jornais, que dão musculatura à influência da família Collor no estado. Nesta sexta, a TV Gazeta ignorou a prisão do ex-presidente e não abordou o assunto.

Em 2024, um sobrinho do ex-presidente, Fernando Affonso Lyra Collor de Mello, filho de Pedro Collor e Thereza Collor, foi candidato a vereador de Maceió pelo PSB, mas não se elegeu.



Fonte: ICL Notícias

Amazonas Repórter

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