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Laudo aponta chumbinho em ovo de Páscoa que matou irmãos no Maranhão



As vítimas, o bilhete e o ovo de Páscoa (Composição: Luiz Reis/Cenarium)

02 de maio de 2025

Ana Pastana – Da Cenarium

MANAUS (AM) – A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) confirmou o envenenamento de um ovo de Páscoa que resultou na morte de dois irmãos, no município de Imperatriz, na Região Tocatina do Maranhão, no último dia 16 de abril. O laudo pericial apontou vestígios de chumbinho nos materiais biológicos das vítimas, no ovo de chocolate e em materiais apreendidos com a suspeita, presa um dia depois do crime.

Luís Fernando, de 7 anos, e a irmã dele, Evely Fernanda, de 13 anos, morreram após passar mal ao comerem o ovo de Páscoa enviado pela suspeita, Jordélia Pereira Borbosa, de 35 anos, ex-namorada do atual companheiro da mãe das crianças, Mirian Lira, que também comeu o chocolate e precisou ser internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela foi liberada para acompanhar o velório e o enterro da filha mais velha no último dia 23.

As vítimas Evely Fernanda, o irmão Luís Fernando e a mãe Mirian Lira (Reprodução/Redes Sociais)

De acordo com a perita-geral do Estado, Anne Kelly, as vítimas foram submetidas a exames ainda no hospital. “Foram solicitados os exames necroscópicos tanto da Evellyn quanto do Luís Fernando. Os exames em vivo, porque também foram feitos exames no próprio hospital, onde foi coletado material biológico, sangue e urina da mãe e da Evellyn, exames biológicos, que foram encaminhados aqui para São Luís, e exame toxicológico no material que foi apreendido com a suspeita e no próprio ovo que foi encontrado na casa”, afirmou a perita.

SSP-MA em coletiva de imprensa (Divulgação/SSP-MA)
Relembre o caso

No dia 18 de abril, a Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) apontou uma mulher identificada como Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, como a principal suspeita de envenenar uma criança identificada como Luís Fernando Rocha Silva, de 7 anos, que morreu no último dia 17 de abril, em Imperatriz, no Maranhão, após comer um ovo de Páscoa. 

De acordo com a PC-MA, as investigações iniciais apontaram ciúmes e vingança como a motivação do crime. A suspeita é ex-namorada do atual companheiro da mãe das crianças que tinha um relacionamento com o homem há cerca de três meses. Foi ele quem concedeu informações à polícia sobre a possível suspeita do crime.

A mulher foi presa dentro de um ônibus intermunicipal que saiu da cidade de Imperatriz com destino a Santa Inês, cidade onde a suspeita morava. Com ela, policiais civis encontraram duas perucas de cor loira e outra morena, restos de chocolate, remédios e um bilhete de passagem de ônibus. Ainda de acordo com a PC-MA, os bilhetes de passagem foram comprados na última segunda-feira, 14, dois dias antes da família receber a encomenda do ovo de Páscoa, entregue por um mototaxista.

A suspeita sendo presa por policiais civis do Estado do Maranhão (Divulgação/PC-MA)

Vídeo de câmera de segurança mostra o momento em que a suspeita de envenenamento realiza pagamento de compra em um estabelecimento comercial. Segundo a Polícia Civil do Maranhão (PC-MA), ela usava peruca e óculos escuros para não ser identificada. Ao ser presa, a mulher confessou ter comprado ovo de Páscoa, mas negou ter envenenado a família.

O ovo de Páscoa foi entregue à família na noite do dia 16 de abril, por um mototaxista, como forma de presente. Com o produto, estava um bilhete onde dizia “Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa”.

O ovo de Páscoa entregue junto a um bilhete (Divulgação/PC-MA)

De acordo com a investigação, Luís Fernando foi o primeiro a passar mal e encaminhado a uma unidade hospitalar da cidade, mas não resistiu e morreu após a internação. Em seguida, a mãe dele, Mirian, apresentou sintomas de envenenamento durante a internação do filho. A filha mais velha dela, Evelyn Fernanda, também passou mal e precisou ser internada. A menina morreu cinco dias após o irmão.

O que diz a mãe

Em uma entrevista para uma emissora de televisão local, Mirian Lira afirmou que não imaginava que o ovo de Páscoa estaria envenenado e pediu por Justiça. “Só quero que seja feita justiça porque foram meus dois filhos que eu não vou ter mais de volta”, disse.

A mãe relembrou o momento em que recebeu a encomenda do ovo de Páscoa. “Quando chegou a embalagem, me ligaram, né? Me perguntaram se eu tinha recebido. Só que na minha cabeça, eu achei que fosse o povo da Cacau Show confirmando se eu tinha recebido a embalagem. Eu apenas falei que tinha recebido e não procurei investigar de onde vinha“, disse.

A suspeita

A suspeita, identificada como Jordélia, de acordo com a polícia, saiu da cidade de Santa Inês, distante a 384 quilômetros do município de Imperatriz, cidade onde morava a Mirian e os filhos. Jordélia foi até a cidade em um ônibus interestadual no dia 16 de abril.

No mesmo dia, ainda segundo as autoridades policiais, ela foi efetuar a compra do ovo de Páscoa em uma loja de chocolates. O momento foi registrado por câmeras de segurança do local.

A polícia afirma, ainda, que a suspeita se passou por uma mulher trans para conseguir se hospedar, sem documentos, em um hotel da cidade. A mulher se identificou como Gabrielle Barcelli e apresentou crachás falsos de uma suposta empresa de gastronomia que, de acordo com a investigação, para não apresentar documento de identificação, Jordélia alegou à direção do hotel que estava em processo de regularização como mulher trans.

Jordélia foi presa em flagrante no dia 17 de abril e teve a prisão preventiva decretada durante audiência de custódia no dia 18. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), a suspeita deve permanecer na Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís (UPFEM) à disposição da Justiça.

Leia mais: Justiça determina regularização de território quilombola no Maranhão após 19 anos
Editado por Adrisa De Góes
Revisado por Gustavo Gilona



Fonte: Agência Cenarium

Amazonas Repórter

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