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Lobo-terrível ‘ressuscitado’ em laboratório pode viver na natureza?


O mundo da genética foi abalado nesta semana após a Colossal Biosciences anunciar o nascimento de três lobos com traços genéticos do extinto lobo-terrível. A empresa afirmou que restaurou a espécie pela primeira vez por meio da “ciência da desextinção”. Apesar dos animais não serem exatamente a mesma espécie extinta há 10 mil anos, ao que tudo indica eles possuem as mesmas características, com isso, será que eles podem ser soltos na natureza?

O plano da Colossal é colocar esse animais em uma reserva natural no norte dos Estados Unidos, onde serão estudados ao longo da vida. Mas se a espécie continuar aumentando, os animais poderão viver livres? O Olhar Digital conversou com Maria Okumura, coordenadora do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos e professora de bioarqueologia e evolução humana no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP)

A professora explicou que, com as informações que temos, já que o estudo não foi publicado, o que ocorreu não foi uma “desextinção” da espécie, “O que a empresa fez não é exatamente trazer de volta uma espécie antiga”, disse.

Eles pegaram um dente e acho que um pedacinho de crânio também olharam para o genoma antigo desses lobos e pinçaram algumas características que tem a ver com a pelagem e o tamanho e incorporaram com a do lobo moderno. Então nesse sentido são animais transgênicos

Maria Okumura

Para o geneticista Jeremy Austin, diretor do Centro Australiano de DNA Antigo, a Colossal criou apenas um lobo cinzento modificado que lembra a imagem idealizada de um lobo-terrível. 

Em entrevista ao site Science Alert, ele destacou que as diferenças morfológicas entre os canídeos são sutis e que fósseis não garantem uma reconstrução visual precisa do animal extinto.

Filhotes criados em laboratório pela Colossal Biosciences, que se refere a eles como a “ressuscitação” do lobo-terrível. Crédito: Colossal Biosciences

Lobo-terrível extinto pode ser solto na natureza?

O lobo-terrível foi uma espécie de lobo pré-histórico que viveu durante o Pleistoceno, principalmente na América do Norte. As evidências fósseis sugerem que ele foi extinto há cerca de 9.500 a 13.000 anos, durante o evento de extinção do Quaternário, que também afetou outros grandes mamíferos, como os mamutes e os tigres-dentes-de-sabre.

A extinção da espécie está associada a mudanças climáticas, redução de suas presas e possivelmente competição com outros predadores.

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“A extinção é um processo natural, sempre houve extinção mesmo antes dos humanos aumentarem brutalmente esse processo”, disse Okumura. Dessa forma, as condições que causaram a extinção dessa espécie na época, não mudaram hoje, o que impede que esse animal seja solto na natureza.

“Eles iriam competir com outros animais já habituados. O que eles iriam comer? Na época deles existia a megafauna, que não existe mais”, completou a professora. 

Cientistas
Empresa afirma ter restaurado lobo de 12 mil anos pela primeira vez por meio da “ciência da desextinção”. Crédito: Colossal Biosciences

Isso também dificulta que o “novo” lobo-terrível tenha futuro, já que com uma população inicial tão pequena e derivada de um mesmo cruzamento, a variedade genética tende a ser muito baixa. “Eles geraram três filhotes, essa é sua população inicial, qual é a diversidade genética desses filhotes?”, questiona a especialista.

Vale a pena trazer espécies extintas de volta à vida?

A iniciativa da Colossal Biosciences reacende um antigo debate: a desextinção é uma ferramenta válida para preservar a biodiversidade ou uma intervenção arriscada com impactos incalculáveis?

A professora questiona as vantagens de trazer o animal à vida, já que a espécie não parece ter futuro e nem vai poder ser solta na natureza. “Talvez tenham ‘desextinguido’ esses lobos para acabar extinguindo novamente”, finaliza.




Fonte: Olhar Digital

Amazonas Repórter

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