Em entrevista, defensora pública e pré-candidata a vereadora defendeu políticas que promovam a independência financeira da mulher e aumento da participação feminina na política
Ex-juíza, defensora pública e atual pré-candidata a vereadora de Manaus, Carol Braz (MDB) gravou entrevista na última terça-feira (26), no podcast “Arrocha, Manaus”, onde afirmou que o enfrentamento à violência doméstica é uma luta de toda a sociedade e defendeu políticas públicas que promovam a independência financeira da mulher. Ela também defendeu que o aumento da participação feminina na política é positivo para toda a sociedade.
“A luta do fim da violência contra a mulher não é uma luta só das mulheres, é uma luta da sociedade. As pessoas que querem uma sociedade justa, igualitária, não admitem a violência contra a mulher”, refletiu a defensora pública, que coordenou o Núcleo de Proteção e Defesa da Mulher (Nudem) da Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM).
“Precisamos de políticas públicas que garantam independência e autonomia financeira para as mulheres. Como que a gente pode fazer isso? A partir da oferta de vagas nas creches, de escolas de tempo integral, garantir políticas públicas efetivas para prevenir a gravidez na adolescência”, afirmou Carol.
Umas das propostas apresentadas pela pré-candidata é a ampliação da oferta de vagas a partir de parcerias públicas com instituições privadas. A Prefeitura de Manaus já realiza convênio desta natureza com o Sesi (Serviço Social da Indústria), ofertando cerca de 600 vagas para crianças de famílias de baixa renda na instituição, de reconhecida qualidade.
Mais mulheres, menos corrupção, mais políticas sociais
De acordo com Carol, a presença da mulher na política é, segundo estudos, um fator positivo para a melhoria das políticas públicas de transformação social no país. “Existem estudos que identificam que governos femininos são menos corruptos e que as mulheres desenvolvem melhor a questão social”, afirmou.
Carol se refere ao estudo publicado em 2020 na revista Health Affairs, que demonstrou que uma representação de pelo menos 20% das assembleias legislativas ou câmaras municipais reflete diretamente na melhoria de políticas públicas de saúde infantil. O estudo foi realizado pelas universidades Federal da Bahia (UFBA), Universidade de Campinas (Unicamp), a Universidade de Bogotá (Colômbia) e o Banco de Desenvolvimento Interamericano.
Outro estudo, publicado pelo “Journal of Economic Behavior and Organization”, analisou a representatividade feminina em 125 países, incluindo o Brasil, e comprovou que a corrupção é menor quanto maior for a representação feminina no governo.