Uma pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira 7 aponta que 56% dos brasileiros rejeitam uma eventual anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023, enquanto 37% a defendem, 6% afirmam não saber e 2% se dizem indiferentes.
Há uma divisão, porém, sobre o tamanho das penas impostas: 34% consideram adequada a sentença de 17 anos de prisão fixada para alguns condenados, 36% acham que ela deveria ser menor e 25% avaliam que ela deveria ser maior. Apenas 5% responderam não saber.
Os números variam, por óbvio, a depender da inclinação ideológica do entrevistado. Para 72% dos simpatizantes do PL, por exemplo, deveria haver anistia, mas 90% de psolistas e 68% de petistas rechaçam a ideia.
O instituto entrevistou 3.054 eleitores de 172 cidades entre 1º e 3 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
O perdão a golpistas foi o mote do ato protagonizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo no domingo 6, ao qual compareceram cerca de 45 mil pessoas, segundo uma estimativa do Monitor do Debate Político, vinculado à Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.
Aliados do ex-capitão tentam forçar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar a urgência do projeto de lei da anistia, mas a estratégia não tem surtido efeito. Nesta segunda, o deputado disse ser necessária “sensibilidade para corrigir algum exagero”, em referência às penas do 8 de Janeiro, mas afirmou que a anistia “não é a pauta única do Brasil”.
“Nós não podemos nos dar, diante de um Brasil que tem tantos desafios pela frente, esse cenário internacional, os nossos problemas internos, nos dar o luxo de achar que, aumentando uma crise institucional, nós vamos resolver esse problema”, declarou Motta, em um evento na Associação Comercial de São Paulo.
Por: Carta Capital