A abertura de inquérito civil cita a erosão das fundações da estrutura do local. (Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)
28 de abril de 2025
Jadson Lima – Da Cenarium
MANAUS (AM) – O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) abriu um inquérito civil para investigar denúncias sobre o possível risco de desabamento da Ponte Jornalista Phelippe Daou, que liga Manaus (AM) ao município de Iranduba (AM), distante 27 quilômetros da capital amazonense. A informação foi publicada no Diário Oficial Eletrônico da instituição na última quinta-feira, 24, e cita o processo erosivo das fundações da estrutura do local.
O documento, assinado pelo promotor Paulo Stélio Sabbá Guimarães, leva em consideração “a ampla divulgação dos fatos denunciados“. De acordo com o MP-AM, o Governo do Amazonas, responsável pela ponte, negou que a estrutura esteja em risco de desmoronar afirmou que fará reparos no local onde foi registrada a erosão, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb).
Veja o documento na íntegra:
Conforme o ofício, além da instauração do procedimento, o MP-AM requisitou o cronograma dos serviços que devem ser realizados pela pasta estadual na ponte. O promotor mencionou, ainda, que “na hipótese da conclusão do processo, a remessa dos registros fotográficos da respectiva recomposição do solo”, a instituição deve ser comunicada. Veja um trecho do documento:
Para o promotor titular da 63ª Promotoria de Justiça Especializada na Proteção e Defesa da Ordem Urbanística (Prourb), o inquérito buscará aprofundar apuração sobre a real situação da ponte e as providências a serem adotadas pelo poder público. “Queremos, com isso, que os motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres possam ter a certeza de que a ponte não oferece risco, que está em perfeitas condições de trafegabilidade”, disse a autoridade.
A Ponte Phelipe Daou foi inaugurada há 12 anos, em outubro de 2012, com a promessa de integração entre a Região Metropolitana e a capital do Amazonas. A estrutura custou mais de R$ 1 bilhão, sendo parte dos recursos dos cofres estaduais, e foi construída em três anos e dez meses.
Em novembro do ano passado, um vídeo registrado na cabeceira da estrutura da Ponte Rio Negro, como é conhecida, mostra a erosão no local, causada por uma chuva que atingiu a região. “Os pilares da Ponte Rio Negro, olha como está a situação dela. Isso foi só a chuva ontem [novembro de 2025]”, relata um homem que faz gravação no local. Veja o registro:
A CENARIUM procurou o governo estadual para posicionamento sobre o assunto e o cronograma das obras no local. A reportagem também questionou quais outros serviços serão realizados e por qual período. Em nota, a Sedurb negou haver riscos de desabamento da ponte.
Veja a nota na íntegra:
“A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb) informa que recebeu notificação do Ministério Público do Amazonas (MPAM) e respondeu aos esclarecimentos solicitados. Ressalta que em janeiro deste ano, uma equipe técnica do órgão esteve no local e constatou não haver risco de desabamento. Durante a vistoria, não foram identificadas anomalias estruturais na superestrutura ou em seus elementos de apoio.
Foi observada uma interferência localizada na drenagem pluvial, nas proximidades de um dos pilares da ponte, com comprometimento da escada hidráulica e das manilhas de concreto. No entanto, tais elementos pertencem ao sistema de drenagem superficial e não integram a estrutura da ponte, não tendo sido identificada nenhuma consequência direta à fundação ou aos pilares da estrutura.”
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Editado por Izaías Godinho
Fonte: Agência Cenarium