A história trágica do naufrágio do Titanic aconteceu há mais de um século, e ainda atrai a curiosidade e comove muitas pessoas.
Algumas delas, inclusive, chegam a investir dinheiro alto para tentar chegar próximo da embarcação, que agora está localizada no Oceano Atlântico Norte, a cerca de 600 km a sudeste da costa da Terra Nova, no Canadá. Seus destroços estão a cerca de 3,8 mil metros de profundidade.
Quem não quer ou não pode pagar pela experiência de visitar o navio de perto, pode assistir ao filme lançado em 1997, com direção de James Cameron.
O longa consegue contar o que aconteceu com a embarcação, seus passageiros e tripulação de forma detalhada e bastante realista. Por conta de sua produção, Titanic rendeu diversos prêmios e um successo que dura até os dias atuais.
Contudo, nem todos os acontecimentos retratados no filme são totalmente fiéis ao que ocorreu na vida real.
Confira abaixo alguns dos acontecimentos que seguem à risca o que houve em 1912, além de outros que foram colocados na história apenas para enriquecer a trama do filme.
Veja quais acontecimentos são reais no filme Titanic
1 – Os músicos tocaram até o naufrágio
A cena em que o grupo de músicos continua tocando enquanto o navio segue afundando é uma das mais lembradas do filme.
Isso aconteceu de fato: haviam oito músicos contratados na embarcação para acompanhar os passageiros durante a viagem.
Não se tem informação de quanto tempo exato a banda permaneceu tocando, mas existem indícios de que eles seguiram até pouco tempo antes do Titanic afundar por completo.
Também não existe uma certeza a respeito da música escolhida para ser a última melodia da embarcação, mas especula-se que tenha sido “Songe d’automne” ou “Nearer, My God, to Thee”.
2 – Molly Brown realmente existiu
Molly Brown, interpretada por Kathy Bates, é uma personagem do filme que reflete exatamente o que a passageira viveu na vida real, sendo inspirada na socialite americana Margaret Brown.
Molly passava férias na Europa com a filha, e decidiu embarcar no navio para Nova York após receber a notícia de que seu neto estava doente.
Quando a embarcação colidiu com o iceberg e começou a afundar, Brown ajudou diversos passageiros a embarcar nos botes salva-vidas.
Quando ocupou seu lugar em um deles, ainda fez de tudo para que o tripulante voltasse e resgatasse mais gente, ameaçando jogá-lo no mar caso não retornasse, uma vez que ainda havia espaço no bote.
Quando teve acesso ao navio Carpathia, que resgatou sobreviventes do Titanic, ela também organizou um comitê para ajudar passageiros da segunda e terceira classe.
3 – Jack e Rose foram inventados
Sabemos que a história central do filme é o romance impossível entre Rose (Kate Winslet), uma jovem de classe alta, e Jack (Leonardo DiCaprio), um rapaz pobre que embarcou no navio por acaso.
Contudo, mesmo que a história tenha emocionado os fãs, os personagens não são reais, tendo sido criados por James Cameron.
Porém, é importante lembrar que Rose foi inspirada em uma mulher real. De acordo com Cameron, quando ele construía o roteiro, estava lendo a autobiografia da ceramista Beatrice Wood, grande representante do dadaísmo.
No livro, a artista conta sobre sua relação complicada com a mãe e sua relação com seu trabalho.
4 – Herói retratado como vilão
No longa, o marinheiro britânico William Murdoch é retratado de uma forma diferente do que é considerado na vida real.
Em uma cena, ele aparece atirando em dois passageiros que tentavam embarcar nos últimos botes salva-vidas, atirando na própria cabeça em seguida. Murdoch realmente existiu, contudo, foi visto como um herói, lançando dez bote salva-vidas para ajudar no desembarque dos passageiros, antes de morrer afogado.
No lançamento do filme, sua família não gostou de vê-lo retratado como alguém ruim, e pediu uma retratação do diretor James Cameron.
Após isso, a produtora 20th Century Fox, por meio de seu vice-presidente, soltou uma nota dizendo: “o oficial era um herói decente, responsável e muito humano e deve permanecer uma fonte de orgulho para Dalbeattie, e nas memórias de todos os que sabem de sua vida”.
5 – Referências reais
Como já se sabe, James Cameron usou o romance fictício entre Jack e Rose para contar a história real da tragédia.
Para isso, ele usou referências de fatos ocorridos com a embarcação, juntamente com sua criatividade e licença poética. Sabemos que o navio afundou depois de colidir com um iceberg, em abril de 1912.
Naquela noite, mais de 1500 pessoas morreram no acidente, e o navio afundou durante a madrugada, por volta das 2h20.
Pensando nisso, o diretor faz referência ao fato sobre o horário em cenas do filme, como no destaque do relógio que aparece quando a água toma boa parte da embarcação. Nela, é possível ver o objeto marcando o horário 2:15.
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6 – Casal que permanece no navio
Essa é mais uma história baseada em fatos a respeito da tragédia. Esse é, provavelmente, o segundo casal mais famoso do filme, composto por Isidor Straus, dono das lojas Macy’s, e sua esposa, Ida.
No longa, eles foram retratados como a dupla que escolheu permanecer em seu quarto durante a inundação, abraçados em sua cama enquanto o quarto se enchia de água.
Na vida real, os dois tinham um lugar garantido no bote salva-vidas de número 8, contudo, Isidor preferiu ficar na embarcação até que todas as mulheres fossem resgatadas. Com isso, Ida também se recusou a deixar o marido.
De acordo com testemunhas, a mulher disse que eles viveriam juntos por muitos anos, então aonde ele fosse, ela também iria. Há relatos de que o casal foi visto pela última vez no deck do navio.
7 – A forma pelo qual o navio afundou
Cameron também se preocupou bastante em se aproximar o máximo possível da realidade sobre o momento em que o navio afunda, mas sem deixar de imprimir o drama das produções cinematográficas.
O diretor fez alguns testes com a ajuda de engenheiros e cientistas para confirmar que a cena que reproduz a parte em que o navio se parte ao meio e afunda de vez foi verdadeiro, mesmo depois do filme ter sido lançado.
O Titanic realmente se partiu ao meio depois que a parte de trás do navio, a popa, já estava quase toda submersa.
No longa, a quebra acontece quando o navio já está quase a 90 graus em relação ao mar. Entretanto, de acordo com estudos, para acontecer essa ruptura na vida real a embarcação não precisa mais do que 23 graus de inclinação.
Sendo assim, o filme mostra a realidade, mas de uma forma um pouco mais dramática. De acordo com Cameron, não dá pra saber exatamente o que aconteceu em relação a isso, então, ele tentou ser o mais fiel possível na época.
8 – Instalações inspiradas no verdadeiro Titanic
O diretor já disse que usou de base várias coisas do Titanic real para criar o enredo do filme, entre elas, a grande diferença entre a primeira, a segunda e a terceira classes da embarcação, considerada a mais luxuosa que existia na época.
Enquanto na primeira classe havia toda riqueza possível, com decoração moderna, suítes (uma novidade na época), ginásio, quadra de squash e restaurantes, na terceira classe, as cabines contavam com beliches para quatro a oito pessoas, que tinham que dividir o espaço.
Ainda que fossem bastante simples, essas instalações ainda eram melhores do que as existentes em grande parte dos navios do período.
Fonte: Olhar Digital