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PF vê ‘fortes indícios’ de que faz-tudo do PCC foi avisado de operação para prendê-lo


Por Constança Rezende e Lucas Marchesini

(Folhapress) – A Polícia Federal (PF) no Paraná afirma ver “fortes indícios” de que William Barile Agati, apontado como uma espécie de faz-tudo do PCC, tenha sido avisado previamente sobre a deflagração de operação sobre tráfico internacional de drogas que mirava prendê-lo.

A informação está no relatório parcial de fevereiro da Operação Mafiusi, instaurada pela Polícia Federal no Paraná em 2024 para investigar as relações de membros do PCC com a Ndrangheta, grupo mafioso da Calábria, no sul da Itália.

Agati ficou foragido por mais de um mês e se entregou no dia 22 de janeiro à Polícia Civil de São Paulo. Ele é apontado como o operador de uma logística de tráfico de drogas internacional e considerado o elo entre os dois grupos. Ele está preso na penitenciária federal em Brasília.

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Agentes da PF durante cumprimento de mandados em Campinas. (Foto: Reprodução/PF)

O delegado Eduardo Verza, que coordena as investigações, disse à reportagem que a relação do grupo com qualquer servidor público vai ser investigada a fundo.

Os agentes chegaram à suspeita depois que Agati deixou a sua residência em um condomínio de luxo em Alphaville, na região metropolitana de São Paulo, na tarde de 9 de dezembro de 2024, um dia antes da ação para o cumprimento de mandados de busca, que aconteceu pela manhã, e nunca mais retornou.

Para os policiais, isso certamente foi feito com o objetivo de impedir e prejudicar a efetividade da ação policial.

Tais indícios são reforçados, de acordo com o documento, diante do fato de que, estranhamente, estavam presentes na residência apenas a esposa de Agati e o seu advogado na ocasião da diligência. Além disso, também não foram encontrados dispositivos eletrônicos do investigado.

O filho do casal e os seus veículos também não estavam no local. Para a PF, é provável que eles tenham sido retirados previamente para impedir a apreensão.

Ainda na manhã do dia da operação ele foi considerado foragido pela polícia, com a solicitação de apoio operacional da Polícia Militar de São Paulo para a sua captura.

De acordo com a PF, um veículo Corolla usado por Agati, que saiu de sua residência na véspera da deflagração da operação, foi localizado em Santo André (SP) durante o horário do almoço e por volta das 20h.

Quem conduzia o veículo não era não Agati, mas Daniel Bosso Rodrigues, também apontado pela PF como integrante da organização criminosa.

Conhecido como Daniel Bolacha, ele figura como braço-direito de Agati nas investigações e seria o responsável por desempenhar funções diversas, tanto no âmbito operacional quanto, principalmente, em ações para a lavagem do dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas.

Segundo a PF, não há dúvidas de que Rodrigues auxiliou Agati na fuga, “tendo muito provavelmente ido ao encontro deste para buscar o veículo e, ao que tudo indica, fornecido outro veículo para o investigado foragido”.

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O empresário Willian Barile Agati teria sido avisado previamente sobre operação. (Foto: Reprodução)

Também chamou atenção dos investigadores o fato de Agati não ter se apresentado à superintendência da PF em São Paulo, que investiga o caso, mas à Polícia Civil na capital paulista.

A PF também pediu a prisão preventiva de Rodrigues por “deliberadamente prestar auxílio” a Agati para impedir o cumprimento do mandado de prisão. Para o órgão, isso configuraria a prática do crime de obstrução e embaraço de investigação envolvendo organização criminosa.

O pedido foi autorizado pela 23º Vara Federal de Curitiba, mas Rodrigues atualmente está solto devido a revogação de sua prisão.

Agati foi indiciado pela PF sob suspeita de organização criminosa, tráfico de drogas e obstrução de Justiça em dezembro de 2024. Em março deste ano, foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal).
O investigado recebeu o apelido de “concierge do crime” depois que as apurações mostraram que ele fornecia diversos serviços para o PCC.

A PF define o investigado como “indivíduo com grande poder econômico e várias conexões nacionais e internacionais no crime organizado, por meio das quais opera o tráfico internacional de cocaína em larga escala”. Ele teria movimentado cerca de R$ 2 bilhões, entre 2018 e 2022.

De acordo com a PF, ele usava o porto de Paranaguá (PR) e o Porto de Valência, na Espanha, para o transporte das drogas, com a utilização de contêineres com produtos insuspeitos, além do uso de sua aeronave para enviar grandes quantidades de cocaína até a Europa.

A polícia ainda afirma que ele ordenou os homicídios de Marcos Antonio Carvalho e Jefferson Barcelos de Oliveira por achar que roubaram dois dos seus carregamentos de cocaína em Paranaguá, antes do embarque no navio.

“O referido investigado também está diretamente envolvido em dezenas de atos de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas de diversas maneiras sofisticadas”, afirma a PF.

Questionado sobre a possibilidade de Agati saber antes da operação da PF, o seu advogado, Eduardo Maurício, não respondeu. Em contato anterior, afirmou que Agati é inocente, tem “conduta ilibada e é empresário em diversos ramos de negócios nacionais e internacionais lícitos”.

“Agati não praticou nenhum dos crimes que lhe são imputados na Operação Mafiusi, nem de lavagem de dinheiro, e tem sofrido perseguição de forma ilegal e abusiva.”

A reportagem não conseguiu contato com Daniel Rodrigues.



Fonte: ICL Notícias

Amazonas Repórter

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