O caso foi registrado um dia após a tradicional pesca comunitária que integra das atividades do Dia do Trabalhador na cidade (Reprodução)
03 de maio de 2025
Jadson Lima – Da Cenarium
MANAUS (AM) – A Polícia Civil do Amapá (PC-AP) instaurou inquérito nessa sexta-feira, 2, para investigar a suspeita de crime ambiental após peixes serem encontrados mortos na Praça Floriano Peixoto, na região central de Macapá (AP). O caso foi registrado um dia após a tradicional pesca comunitária que integra das atividades do Dia do Trabalhador na cidade, realizada pela prefeitura da capital amapaense.
A apuração sobre o caso será conduzida pela Delegacia Especializa em Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema). De acordo com a PC-AP, uma equipe de agentes realizaram diligências no local para coletar informações que vão embasar o relatório, que será produzido sob a coordenação do delegado Welligton Ferraz. Uma perícia técnica também foi realizada após as imagens de peixes mortos circularem nas redes sociais.
“O delegado Ferraz determinou a instauração de inquérito policial para a completa elucidação dos fatos. Equipes da Dema estiveram no local para coletar informações e realizar as primeiras diligências. A Polícia Civil busca determinar as condições sanitárias do pescado distribuído, as circunstâncias da introdução dos peixes no lago e, se houver crime de poluição ambiental, responsabilizar os envolvidos”, diz trecho da nota.
Na quinta-feira, a Prefeitura de Macapá realizou uma série de atividades em alusão do Dia do Trabalhador, comemorado em 1° de maio, na região central da cidade. De acordo com a administração municipal, neste ano foram disponibilizados cerca de 2,5 toneladas de pescado, entre tambaqui e pirapitinga para a pesca comunitária, que é ocorre todos anos.
Em um dos vídeos que registra os peixes mortos no local, um homem não identificado pede que a Prefeitura de Macapá e as autoridades ambientais “repensem na situação” e “proíbam essa pescaria”. O registro, que dura dois minutos, mostra os peixes mortos que, segundo eles, são os animais “são naturais da lagoa” da Praça Floriano Peixoto. Ele também alerta para o lixo que foi jogado no local.
“Tem que começar a repensar isso, até se fosse uma pessoa que saiu para pescar no período de Defeso, se ele chegar com uma quantidade de peixe dessa ele vai preso. E a “podrura” que está aqui, vocês não têm ideia. A ideia era boa, foi tradição, mas a tradição da gente não é ser ignorante. Isso é um crime”, declarou o homem enquanto mostrava o local. Assista ao vídeo:
Após a repercussão do caso nas redes sociais, a Secretaria Municipal de Agricultura informou que a morte dos peixes no lago pode ser sido causada pelo tumulto de pessoas que participavam do evento e pularam na água do lago durante a pescaria. De acordo com a pasta, isso pode ter contribuído para a falta de oxigenação, que resultou na morte dos animais.
A CENARIUM procurou o prefeito de Macapá, Dr. Furlan, por meio da assessoria de imprensa, para se posicionar após o anúncio de investigação sobre o caso, mas até o fechamento deste material não houve retorno.
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Editado por Izaías Godinho
Fonte: Agência Cenarium