Gean Campos de Barros, prefeito do município de Lábrea (AM), foi condenado pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Amazonas por explorar 37 pessoas (27 homens, uma mulher e 9 menores) em condições semelhantes à escravidão durante a colheita de castanha-do-pará no Castanhal Nova Glória, localizado nas margens do rio Tumiã, zona rural de Lábrea.
De acordo com a decisão judicial, entre as vítimas havia adolescentes e crianças, algumas com menos de 11 anos, que carregavam sacos de castanhas em trilhas na floresta e utilizavam facões longos, conhecidos como terçados, para abrir os ouriços, frutos da castanha.
Gean Campos de Barros recebeu uma pena de 15 anos e 9 meses de prisão, além de 11.655 dias-multa, pelos crimes de redução a condição análoga à escravidão (art. 149 do Código Penal), com agravantes por envolver menores de idade, e frustração de direitos trabalhistas garantidos por lei (art. 203 do Código Penal). Ele também foi condenado a pagar R$ 50.000,00 a cada trabalhador adulto e R$ 100.000,00 a cada trabalhador menor de idade, valores que devem ser ajustados pelo INPC desde março de 2014.
Além das penas criminais, o prefeito teve seus direitos políticos suspensos e foi removido do cargo enquanto durar a condenação. A sentença ainda está sujeita a revisão em instância superior.
A Prefeitura de Lábrea, através de sua assessoria, declarou que o caso é parte da vida pessoal do prefeito Gean Barros, que também é empresário, e que não estão autorizados a comentar o ocorrido.