Neste sábado (20), a missão Apollo 11 comemora 55 anos do pouso na Lua que possibilitou a primeira caminhada de humanos ali — um fato que moldou a história da nossa civilização. Neil Armstrong foi o primeiro astronauta a sair da cápsula da missão Apollo 11, seguido por Edwin “Buzz” Aldrin; dessa forma, os norte-americanos foram considerados vencedores da corrida espacial contra a União Soviética.
Isso aconteceu durante um processo longo e custoso, tanto que a Nasa demorou oito anos para completar a meta de estabelecer presença em solo lunar. Originalmente, o ex-presidente John F. Kennedy anunciou o plano de pousar na Lua durante um famoso discurso realizado em 1961, mas o momento só se concretizou em 1969 — Kennedy foi assassinado antes disso e não conseguiu presenciar o momento histórico.
Tanto antes quanto depois, ocorreram diversos fatos que possibilitaram que a história acontecesse como a conhecemos. Ao todo, 12 astronautas puderam experimentar uma caminhada no solo da Lua. Contudo, a missão Apollo foi cancelada em 1972 e, há mais de 50 anos, não retornamos ao satélite natural.
A Nasa (agência espacial dos Estados Unidos) já planejou um retorno à superfície da Lua em 2026, durante a missão Artemis III. Inclusive, a agência espacial norte-americana tem a pretensão de construir uma base lunar para proporcionar uma melhor exploração. A China também planeja estabelecer presença no satélite por meio da missão Chang’e-6.
A Apollo 11 foi lançada de Cabo Kennedy em 16 de julho de 1969, transportando o comandante Neil Armstrong, o piloto do módulo de comando Michael Collins e o piloto do módulo lunar Edwin “Buzz” Aldrin em uma órbita terrestre inicial de 114 por 116 milhas. Estima-se que 650 milhões de pessoas assistiram à imagem televisiva de Armstrong e ouviram sua voz descrever o evento enquanto ele dava “um pequeno passo para um homem, um salto gigante para a humanidade”, a Nasa descreve.
A verdade sobre as missões Apollo e a ida à Lua
O programa Apollo começou em 1960 com o objetivo de enviar o primeiro ser humano para a superfície da Lua. Antes do sucesso alcançado pela Apollo 11, ocorreram diversos testes e voos tripulados experimentais que possibilitaram a primeira caminhada lunar.
Outros quatro voos tripulados antecederam o célebre acontecimento de 1969: o primeiro foi o da Apollo 7, durante um teste na órbita terrestre; seguido pela Apollo 8, na qual os astronautas orbitaram a Lua pela primeira vez; na Apollo 9, o módulo lunar estava completo e foi testado na órbita da Terra; na Apollo 10, os astronautas simularam um pouso lunar. Todas essas missões foram essenciais para validar a tecnologia que permitiu o primeiro pouso no satélite.
Além de Armstrong e Aldrin, o astronauta Michael Collins também participou da clássica missão, mas ele não caminhou na Lua. Collins permaneceu em órbita lunar no módulo de comando enquanto seus companheiros caminhavam na superfície do satélite.
A nave alunissou (fez um pouso lunar) na região conhecida como Mar da Tranquilidade (Mare Tranquillitatis). Apenas três dias depois, eles retornaram com sucesso à Terra.
Mais dez astronautas foram enviados para a superfície da Lua nas missões Apollo 12, Apollo 14, Apollo 15, Apollo 16 e Apollo 17. Apenas a Apollo 13 não conseguiu completar o objetivo, pois ocorreu um desastre na nave que obrigou os astronautas a retornarem para a Terra o mais rápido possível — eles quase morreram durante a viagem de volta.
Doze astronautas pisaram na Lua
Conheça os astronautas que caminharam na superfície lunar:
Apollo 11 – Neil Armstrong e Buzz Aldrin;
Apollo 12 – Pete Conrad e Alan Bean;
Apollo 14 – Alan Shepard e Edgar Mitchell;
Apollo 15 – David Scott e James Irwin;
Apollo 16 – John Young e Charles Duke;
Apollo 17 – Gene Cernan e Harrison Schmitt.
O astrofísico do Observatório Nacional Ricardo Ogando diz à CNN que a corrida espacial e as conquistas do programa Apollo permitiram que a ciência alcançasse outro patamar. Foi o avanço daquela época que proporcionou o desenvolvimento dos instrumentos espaciais atuais, que permitem observações astronômicas de outros planetas do Sistema Solar e de outros objetos cósmicos no universo.
Apesar de ter possibilitado a primeira caminhada na Lua, a missão Apollo 11 não foi a primeira a pousar na superfície lunar. Segundo Ogando, a primeira missão de sucesso sem tripulação a pousar na Lua foi a Luna 2, enviada pelos russos em setembro de 1959. Porém, ela colidiu com a superfície.
Mitos sobre o primeiro pouso na Lua
Após o anúncio do primeiro pouso lunar, diversas teorias conspiratórias surgiram e alegaram que a humanidade não havia realmente pisado na Lua, sugerindo que tudo foi uma farsa elaborada para que os Estados Unidos vencessem a corrida espacial. Para tentar validar seus argumentos, os conspiracionistas criaram diversas inverdades — algumas até acabaram se tornando parte da cultura pop.
Uma das hipóteses sugere que o pouso na Lua foi filmado em um estúdio de cinema, onde o renomado diretor Stanley Kubrick teria sido o responsável pela direção da obra.
Conheça algumas mentiras sobre a primeira caminhada lunar:
Em uma imagem fotografada por Neil Armstrong, os conspiracionistas afirmam que as sombras observadas na foto só poderiam ser produzidas por iluminação artificial. Porém, os cientistas já explicaram que o efeito é comum e pode até ser reproduzido na Terra.
Após analisarem as imagens da bandeira norte-americana cravada na superfície lunar, os teóricos de conspiração sugerem que o vento causou um movimento singular no tecido, algo que seria impossível na Lua. Os especialistas explicam que a estrutura da bandeira foi desenvolvida para permanecer nessa posição, por isso aparenta se movimentar.
Outro mito afirma que os astronautas não poderiam ter sobrevivido ao cinturão de Van Allen, um campo de radiação que supostamente deveria tê-los matado. Isso também não é verdade, pois eles atravessaram a região tão rapidamente que minimizaram consideravelmente o impacto da radiação.
Existem ainda diversos outros mitos que sugerem a falsidade da viagem à Lua, mas a comunidade científica vem rebatendo com argumentos tais alegações.
“Discutir se a humanidade foi à Lua é como discutir o formato da Terra, algo sem sentido. Não há nenhuma evidência de que as coisas sejam diferentes do que são. Os argumentos são sempre frágeis. O fato concreto é que temos uma sociedade altamente dependente de tecnologia, usando satélites colocados por foguetes em órbita de uma Terra esférica. Por isso, chama a atenção que uma pequena parcela da população ache que o mundo seja diferente disso”, afirma Ogando.
O presidente do Tribunal de Contas do Amazonas, conselheiro Érico Xavier Desterro e Silva, em nome do colegiado e dos servidores, lamenta profundamente a...