Um grupo de astrônomos descobriu um par de quasares em fusão há 900 milhões de anos — o primeiro já registrado na história do Universo. Um quasar é, em poucas palavras, um buraco negro supermassivo. Eles podem ser resultado da fusão de duas galáxias e da colisão de seus buracos negros.
O que aconteceu
Um time de astrônomos descobriu um par de quasares que podem nos dar pistas sobre a formação do universo, o Big Bang.
A fusão dos quasares começou em um período do universo conhecido como “Época da Reionização”, uma espécie de transição cosmológica que começou após o Big Bang. A descoberta ser nessa época é algo inédito, sendo a mais distante – e, portanto, ocorrida há mais tempo já registrada.
Foi nesse período que os quasares e outros objetos cósmicos que conhecemos hoje foram sendo criados e espalhados pelo Universo, além de ser o momento em que a luz passa a viajar livremente nos cosmos.
Os astrônomos então decidiram estudar qual foi o papel dos quasares durante esse período de formação do Universo. Até então, os cientistas haviam descoberto a existência de cerca de 300 quasares que remetem à Época da Reionização. No entanto, nenhum deles estava em uma combinação de pares, como o da nova descoberta.
Além da novidade de estar em par, a equipe também percebeu que os quasares são gigantes — cada um tem 100 milhões de vezes a massa do Sol. Essa descoberta, somada com o fato de que há uma ponte de gás que se estende entre os dois objetos, fez com que os pesquisadores criassem a hipótese de que eles e as respectivas galáxias estão em uma fusão de grande escala.
Este par é um dos quasares de fusão mais distantes relatados até hoje, fornecendo informações cruciais sobre a formação de galáxias e buracos negros no cenário de formação de estrutura hierárquica.
Trecho do estudo publicado na revista científica The Astrophysical Journal Letters
‘Por acidente’
Apesar de trazer pistas importantes sobre a origem do Universo, a descoberta não foi intencional. Os pesquisadores estavam debruçados em dados provenientes de um telescópio quando encontraram imagens que chamaram atenção.
E os estudos devem continuar. Na publicação, os astrônomos afirmaram que estão observando outros dados obtidos por outro telescópio para caracterizar a poeira e o gás desta fusão. Os resultados serão publicados em um artigo complementar.