SUS incorporou metodologia aprovada pela OMS para melhorar o rastreio do vírus HPV, principal causador da doença

A partir deste mês, o Sistema Único de Saúde (SUS) vai substituir o exame de papanicolau por um teste molecular como estratégia para melhorar a detecção do HPV. O vírus é responsável por 99% dos casos do câncer de colo do útero, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
A mudança vai melhorar a adesão ao rastreio e facilitar o acesso aos procedimentos, de acordo com o governo federal. Isso porque o papanicolau é indicado a cada três anos (anual em caso de lesão), enquanto a nova testagem é recomendada a cada cinco anos.
“A decisão de incorporar a estratégia para uso em todo o território nacional é um ganho para as mulheres, já que, além de ser tecnologia eficaz para detecção e diagnóstico precoce, traz a vantagem do aumento do intervalo de realização do exame”, diz o Ministério da Saúde (MS).
Como funciona o novo teste para câncer?
- Ambos exames servem para avaliar a saúde do colo do útero, investigar infecções vaginais, identificar doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e possíveis tumores, além de verificar se existem lesões que sugerem o aparecimento da doença;
- O novo teste é realizado por meio da coleta de material do colo/vagina — da mesma forma que o papanicolau — e consegue identificar a presença do DNA do vírus no trato genital feminino;
- A testagem é considerada padrão ouro para detecção do câncer de colo de útero pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e integra as estratégias para eliminação da doença como problema de saúde pública até 2030.
O teste molecular de HPV deve alcançar prioritariamente quem está na faixa dos 30 anos, porque é quando a combinação do teste com outras metodologias, como a citologia e a colposcopia, vai encontrar o vírus de risco e encontrar, simultaneamente, a doença, segundo o MS.
Leia mais:
Prevenção é a chave
Estimativas indicam que cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com câncer de colo de útero no Brasil todos os anos. Apesar de ser uma doença que pode ser prevenida, ela segue como o quarto tipo de câncer mais comum e a quarta causa de óbito pela doença em mulheres — principalmente negras, pobres e com baixos níveis de educação formal.
As principais formas de prevenção incluem a vacinação contra HPV, uso de preservativos nas relações sexuais e realização do rastreio para diagnóstico precoce. A vacina é indicada para meninas e mulheres entre nove e 26 anos e meninos de nove a 14 anos, além de homens e mulheres imunossuprimidos de nove a 45 anos.
A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma é pela via sexual e o contágio pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal.
Colaboração para o Olhar Digital
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero
Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.
Fonte: Olhar Digital