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quinta-feira, novembro 21, 2024
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Trote solidário do Instituto Yduqs vai arrecadar absorventes

Campanha Adote um Ciclo recebe apoio de universitários em todo o país

O Instituto Yduqs promove um trote solidário em apoio à Campanha Adote um Ciclo do Instituto Ela – Instituto Educadoras do Brasil, até o dia 30 de outubro de 2023. A iniciativa busca proporcionar dignidade ao minimizar a pobreza menstrual, que se manifesta pela impossibilidade financeira de adquirir itens essenciais de higiene, situação que afeta mulheres no Brasil e no mundo inteiro.

O Trote Solidário do Instituto Yduqs propõe uma ação de integração entre veteranos e calouros nas instituições de ensino superior parceiras. Por meio desta iniciativa, estudantes universitários da Estácio e da Wyden arrecadarão absorventes e coletores menstruais, que serão encaminhados para instituições que oferecem apoio às mulheres que enfrentam a pobreza menstrual.

Cláudia Romano, presidente do Instituto Yduqs, enfatiza a importância de abordar a pobreza menstrual com seriedade. Para a executiva, a educação atua como ferramenta transformadora tanto para indivíduos quanto para a sociedade como um todo. “Em um país como o nosso, sabemos que as oportunidades não são igualmente distribuídas, especialmente para mulheres. Infelizmente, é comum, por exemplo, ver mulheres faltando às aulas ou ao trabalho por não terem acesso a absorventes. Precisamos tirar da invisibilidade questões que permeiam as mulheres na sociedade, como a pobreza menstrual”, ressalta.

A ação engloba três dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODs) da ONU, que constituem um esforço conjunto, de países, empresas, instituições e sociedade civil, que buscam assegurar os direitos humanos, erradicar a pobreza, combater a desigualdade e a injustiça, bem como promover a igualdade de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas.

Barreiras e desigualdades

No Brasil, o termo menstruação ainda está envolto em diversos tabus, cercado por preconceitos que permeiam a sexualidade e a higiene das pessoas que menstruam. Já o termo ‘pobreza ou precariedade menstrual’, surgiu na França, a partir de um estudo sobre os efeitos da falta de itens de higiene básica durante o ciclo menstrual. Tuca Duarte, idealizadora do Potência Feminina de Paraisópolis (São Paulo), uma das organizações apoiadas pela campanha Adote um Ciclo, reforça a importância da ação.

“Muitas vezes as mulheres não têm absorvente e me ligam. Quem puder contribuir e colaborar com este projeto, que é muito favorável para todas as mulheres periféricas, mães solo, que têm que optar entre comprar um absorvente ou um litro de leite, está aqui o meu pedido. Agradeço em nome das mulheres que têm seu absorvente garantido todos os meses e as pessoas que abraçam a causa ajudando a campanha adote um ciclo”, pontua.

Segundo dados da pesquisa “Pobreza Menstrual no Brasil: Desigualdade e Violações de Direitos”, divulgada em 2021 pela UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas), mais de 713 mil meninas no Brasil vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro, e mais de 4 milhões não têm acesso a itens básicos de higiene menstrual em suas escolas.

Avanços no Congresso

A discussão sobre a pobreza menstrual chegou ao Congresso por meio de uma iniciativa popular que coletou 20 mil assinaturas, número necessário para que a Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa (CDH) analisasse a questão que foi provada por unanimidade. O pleito, transformado na Lei Ordinária 14214/2021 em outubro de 2021, instituiu o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, além de determinar que as cestas básicas entregues no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) contenham, como item essencial, o absorvente higiênico feminino. Este programa, regulamentado por meio de Decreto em 08 de março de 2023, visa assegurar a oferta de absorventes e outros cuidados básicos de saúde menstrual, com o objetivo de promover a dignidade menstrual.

Douglas Galiazzo, professor de Direitos Humanos da Estácio reforça que a questão é ampla e envolve, além das necessidades da vida privada, o desenvolvimento social, a educação e a participação das mulheres no mercado de trabalho.

“Diante de tantas violações que as mulheres continuam sofrendo em um mundo machista, atividades como esta, desenvolvidas pelo Instituto Yduqs, elevam a responsabilidade e o compromisso da organização que acredita na formação humanizada dos futuros profissionais, independentemente da área em que estejam se preparando. Assegurar a dignidade das mulheres é o compromisso importante para a promoção dos direitos humanos”, diz o professor.

Como contribuir para a campanha

O Instituto Yduqs convida estudantes e professores da Estácio e da Wyden, para fazerem a doação, de segunda a sexta, das 8h às 19h. A Faculdade Martha Falcão Wyden está localizada na rua Natal, 300, Adrianópolis.

“Sabemos que ainda há muito a ser feito, continuaremos trabalhando para que cada vez mais mulheres se destaquem tanto em nossos ambientes acadêmicos quanto nas comunidades impactadas pelas iniciativas sociais das nossas instituições de ensino,” reforça Sabrina Petrola, gerente nacional de Ensino da Estácio.

“É preciso aprofundar esse debate e refletir sobre a mercantilização dos tabus e estigmas ligados à menstruação, sobre a tributação desses produtos e “taxa rosa” que aprofunda a desigualdade e traz ainda mais insegurança econômica para grupos vulneráveis. A falta de acesso a serviços próprios e adequados para a saúde feminina agrava o problema, tendo em vista que nega a muitas mulheres acesso a medicamentos e tratamentos para mitigar problemas menstruais”, afirma Ana Paula Sales, líder nacional das Ciências Jurídicas da Wyden.

Com a iniciativa do Instituto Yduqs, estudantes das instituições de ensino Ibmec, Wyden e Estácio, bem como as unidades que compõem o IDOMED, têm a oportunidade de contribuir para a campanha Adote um Ciclo. Além dos universitários, toda a sociedade está convidada a apoiar a ação, seja doando absorventes ou recursos financeiros por meio do link Ajudei.org, para que o INSTITUTO ELA possa adquirir os itens necessários.

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Amazonas Repórter

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