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Os governos dos Estados Unidos e da Ucrânia assinaram, nesta quarta-feira (30), um acordo que garante acesso, aos estadunidenses, aos minerais de terras raras de Kiev. Em troca, será criado um fundo de investimentos para a reconstrução do país do Leste Europeu.
O anúncio foi feito pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e pela ministra do Desenvolvimento Econômico e Comércio da Ucrânia, Iulia Sviridenko, que está em Washington (EUA).
“Este acordo sinaliza claramente à Rússia que o governo [Donald] Trump está comprometido com processo de paz centrado em uma Ucrânia livre, soberana e próspera a longo prazo”, disse Bessent.
De olho nas riquezas
- Há poucos detalhes sobre o desfecho das negociações, que vêm se desenrolando desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca;
- Havia a expectativa por uma assinatura durante a visita do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Washington em fevereiro, mas o encontro no Salão Oval foi encerrado antes disso;
- Segundo a imprensa estadunidense, o acordo não garante acesso irrestrito às riquezas naturais da Ucrânia. Kiev continuará como proprietária das terras e terá controle total sobre sua exploração;
- “Todos os recursos em nosso território e em águas territoriais pertencem à Ucrânia”, escreveu Sviridenko, no X. “É o Estado ucraniano que determina o que e onde extrair. O subsolo permanece sob propriedade ucraniana — isso está claramente estabelecido no Acordo.”
A Ucrânia possui depósitos de 22 dos 50 materiais classificados como críticos pelo Serviço Geológico dos EUA, de acordo com a CNN. Há matéria-prima essencial para a produção de eletrônicos, tecnologias de energia limpa e alguns sistemas de armas.
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O que ganha a Ucrânia?
O acordo garantirá aos ucranianos metade de todos os lucros obtidos com novos empreendimentos minerais no país europeu. Os recursos serão destinados integralmente a projetos dentro da Ucrânia, segundo o primeiro-ministro Denis Shmigal.
Kiev tinha esperança de obter garantias militares dos EUA na guerra contra os russos. Trump recusou a proposta, alegando que o acordo deveria ser fechado antes de qualquer promessa por parte dos estadunidenses.
Na época, Zelensky descreveu o rascunho do acordo como forma de pedir que ele “vendesse” seu país — e Trump chegou a suspender auxílios às forças ucranianas, medida que acabou sendo revertida posteriormente.
Ao que tudo indica, Kiev não terá garantias nesse sentido, de acordo com o jornal The Washington Post. O tratado, no entanto, “afirma o alinhamento estratégico a longo prazo” entre os países com apoio “à segurança, prosperidade, reconstrução e integração da Ucrânia”.
Fonte: Olhar Digital