O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes disse que brasileiros ficarão sem aposentadoria no futuro (Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)
07 de maio de 2025
Jadson Lima da Cenarium
MANAUS (AM) – O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes afirmou que os aposentados brasileiros dificilmente irão receber salários mensais no futuro e condicionou essa possibilidade à insuficiência de servidores atuando no mercado de trabalho. A declaração foi divulgada em 22 de abril deste ano, um dia antes de uma operação que mirou fraudes em descontos de aposentados.
De acordo com Nardes, “não tem mais gente trabalhando de forma adequada para pagar os servidores inativos”. Em uma declaração publicada nas redes sociais dele, o ministro do TCU também fez críticas aos benefícios concedidos pelo Estado aos brasileiros de baixa renda que são cadastrados em auxílio, por meio de política de transferência de renda no País.
“Os aposentados dificilmente irão receber salários no futuro, porque não tem mais gente trabalhando de forma adequada para pagar os aposentados. Todo mundo recebe um tipo de auxilio, uma bolsa, isso ou aquilo. Então, nós devemos ensinar a pescar. Nós estamos dando um peixe para todo mundo“, declarou o ministro.
Apesar da crítica, o ministro do TCU defendeu que parte da população brasileira deve receber auxílios, mas mencionou que os beneficiados devem ser orientados a procurar outros meios de renda. Nardes usou uma metáfora sobre a distribuição de peixes para “todo mundo”. Para o ministro, o Estado “tem que ensinar a pescar e não somente dar o peixe”.
“Vai chegar um momento que não tem mais peixe para dar, porque vai acabar o peixe, vai acabar o dinheiro do Estado brasileiro, do município, da União. Eu sou favorável que as pessoas recebam, que tenham um auxílio. As pessoas não podem passar fome, mas tem que orientar, tem que ensinar a pescar e não somente dar o peixe”, disse.
Veja o pronunciamento no Instagram do ministro:
A fala de Nardes foi registrada no dia anterior da megaoperação conduzida pela Polícia Federal (PF), em 23 de abril deste ano, que mirou a suspeita de fraude em descontos de aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As entidades investigadas cobravam mensalidades de aposentados e pensionistas, sem autorização. Os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões.
No dia da ação policial, o ministro da Controladoria Geral da União, Vinícius Carvalho, afirmou que associações investigadas ofereciam serviços sem estrutura, como desconto em academias de planos de saúde. “O que apuramos é que a maioria dessas pessoas não tinha autorizado esses descontos, que eram em sua maioria fraudados, em função de falsificação de assinaturas e de uma série de artifícios para simular essa que não era uma vontade real dessas pessoas”, disse.
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Editado por Izaías Godinho
Fonte: Agência Cenarium