Os cuidados com as equipes de saúde e o engajamento delas no ambiente de trabalho, é fundamental para a garantia da segurança hospitalar do paciente. A felicidade e a satisfação do colaborador tem reflexo direto na qualidade do serviço que executa. O tema foi destaque do segundo dia do “I Congresso e III Simpósio Norte de Qualidade e Segurança do Paciente”. O evento, organizado pela Qualipaciente Amazonas, reuniu especialistas nacionais e internacionais do segmento durante três dias em Manaus.
A médica intensivista Liane Cavalcante, da Qualipaciente, ressalta que o fator humano é um pilar primordial para a garantia da segurança hospitalar. Por isso, a importância do envolvimento das equipes, de uma liderança com olhar atento às demandas, do levantamento de dados e das estratégias de melhoria contínua. “Dessa maneira, é possível reduzir e até eliminar o risco de eventos adversos no ambiente hospitalar”, destaca.
Fabrizio Rosso, sócio-diretor da Fator RH, de São Paulo, foi um dos palestrantes do dia, abordando a questão da Liderança de Alto Impacto e Acreditação Hospitalar, título do livro publicado por ele. Segundo Rosso, não há um bom líder sem um setor de Qualidade eficiente e vice-versa. As ferramentas da Qualidade e todos os dados que são gerados, diz ele, devem ser utilizados pelos líderes para gerar impacto positivo e transformações nas pessoas.
“É essencial engajar as pessoas para entender a Qualidade como algo que vai além de requisitos para acreditação hospitalar ou certificação. Nesse contexto, o papel do líder é extremamente necessário e gera uma cadeia de eventos que vão beneficiar a todos, inclusive a ponta, que são os pacientes”, frisa.
Sérgio Amad, CEO da empresa FITER, plataforma que mede a satisfação dos colaboradores no ambiente de trabalho e autor do livro “Felicidade e Ciência de Dados”, também palestrou no evento. De acordo com ele, quanto mais satisfeito, feliz e engajado o colaborador, maior a segurança do paciente. “É algo fisiológico. Quanto mais felicidade, mais dopamina o cérebro produz, o que consequentemente deixa a pessoa mais atenta, reduzindo o risco de dispersão e erros humanos”, explica.
De acordo com Sérgio Amad, para manter o nível de satisfação dos colaboradores, o primeiro ponto que as instituições de saúde devem fazer é a mensuração da satisfação das equipes. Uma vez feito isso, é necessário ter uma ação estratégica em tempo real, porque os dados envelhecem em 30 dias.
“Uma equipe que, em um mês, tem um nível alto de felicidade, e no outro o índice cai, é sinal de alerta e de que é preciso agir. De forma muito simples e prática, o que as instituições precisam fazer para garantir a qualidade da segurança do paciente é uma correlação do dado da satisfação do colaborador, do quanto os pacientes recomendam o serviço e olhar a curva de tendência para se ter previsibilidade dos comportamentos”, alerta.