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Por AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou na sexta-feira (2) uma foto aparentemente gerada com inteligência artificial (IA) na qual aparece vestido de papa, afirmando que gostaria de ser um pontífice católico, a poucos dias do conclave que escolherá o sucessor de Francisco.
No início da semana, o magnata republicano brincou sobre a eleição do próximo líder de 1,4 bilhão de fiéis da Igreja católica, uma minoria religiosa nos EUA.
“Eu gostaria de ser papa. Seria a minha primeira escolha”, disse ele ao ser questionado por jornalistas sobre suas preferências para o herdeiro de Francisco, que morreu na segunda-feira de Páscoa aos 88 anos.
A foto colorida divulgada por Trump em sua rede Truth Social mostra-o sentado em uma poltrona, vestido com a batina papal branca, coroado com a mitra e usando a imponente cruz de ouro. Sua mão esquerda está apoiada na coxa e seu dedo indicador direito apontando em direção ao céu.
A imagem, aparentemente gerada com IA segundo a imprensa americana que a republicou em suas redes sociais, não é acompanhada por nenhum comentário.
Presidente Donald Trump (Foto: Jim WATSON / POOL / AFP)
Trump recebeu críticas
A repercussão entre os seguidore foi extremamente negativa: “Inapropriado, insensível e desrespeitoso”, afirmou um deles no Instagram.
“É a estética de um homem que não quer liderar uma democracia. Ele quer ser adorado. Isso não é fantasia, é propaganda. Não é fé, é arrogância em vestes religiosas.”, escreveu poutro.
Americanos reclamaram do absurdo de o perfil oficial do governo repostar a “montagem”.
“Esta é uma conta oficial de mídia social administrada pelo governo. Como representação dos Estados Unidos, ela não deveria zombar de nenhuma religião — muito menos daquela que eles afirmam ter trazido de volta à Casa Branca. Isso é bastante irônico, considerando que o governo Trump não demonstrou nenhum valor ou ação cristã nos últimos 100 dias. Jesus não está na Casa Branca. Judas Iscariotes está. Que vergonha inacreditável”, afirmou uma seguidora.
Um dia antes de sua morte, Francisco recebeu brevemente o vice-presidente dos EUA, JD Vance, católico convertido e muito conservador, dois meses após as duras críticas do pontífice à política de deportações de migrantes do governo Trump.
Ele alertou sobre uma “grave crise” que “começa mal e terminará mal”.
Cerca de 20% dos americanos afirmam ser católicos e as pesquisas de boca de urna indicaram que, na eleição presidencial de novembro de 2024, cerca de 60% votaram no republicano.
A partir de 7 de maio, 133 cardeais de todo o mundo com menos de 80 anos se reunirão em um conclave a portas fechadas no Vaticano para escolher o sucessor de Francisco, o primeiro pontífice latino-americano.
Fonte: ICL Notícias